quarta-feira, 26 de maio de 2010

Como Evitar o Furto de Seu Cartão

Clonagem tradicional do cartão de crédito tem perdido espaço para o furto da senha e de dados pessoais em sites de comércio eletrônico e e-mails

SÃO PAULO - Se um bom desconto é chamariz para qualquer venda, o produto parece ainda mais atrativo quando chega com toda comodidade na casa do consumidor.

Contando com esse apelo, quadrilhas anunciam itens a preço de banana na internet, tornando as ofertas irresistivelmente acessíveis. De equipamentos eletrônicos a passagens aéreas, verdadeiros negócios da China multiplicam-se nos buscadores e propagandas virtuais. O que o comprador não sabe é que pode terminar com o carrinho de compras vazio e um rombo na conta bancária. Ao submeter os dados do seu cartão de crédito em um site falso, ele terá as informações copiadas e usadas indiscriminadamente por um fraudador. Afinal, de posse do número, data de validade e código de segurança do cartão, é possível fazer compras no nome de qualquer pessoa.

A sofisticação das técnicas empregadas pelos criminosos virtuais é a outra face da diversificação do comércio eletrônico. Estudo realizado pela CyberSource Corporation estima que só na América do Norte o prejuízo causado pelas fraudes em transações online ficou entre 3 bilhões e 4 bilhões de dólares em 2009, ou 1,2% da receita gerada por e-commerce nos Estados Unidos e Canadá. Não há dados disponíveis no Brasil, mas os desvios de contas bancárias apurados pela Polícia Federal fornecem um bom retrato da situação. Das 26 operações conduzidas de 2001 até o ano passado, apenas seis tratavam da clonagem física de cartões. O restante envolvia fraudes cibernéticas.

Para a Associação Brasileira de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs) a popularidade desse tipo de golpe também se apoia na impossibilidade de clonar os chips que foram introduzidos nos cartões de crédito e débito ao longo dos últimos anos. Hoje, mais de 60% das transações no Brasil são feitas com o dispositivo e praticamente todos os terminais estão preparados para ler esse tipo de cartão. "As antigas tarjas magnéticas não deixaram de existir, até porque nem todos os países estão envolvidos na migração para essa tecnologia e os cartões internacionais ficariam inutilizáveis. Mas se um cartão chipado for copiado no Brasil, a compra não será efetuada", afirma Henrique Takaki, coordenador do comitê de segurança da Abecs.

Em um cenário de maior segurança para os negócios presenciais, o anonimato e vastidão da internet forjam o ambiente propício para o aumento dos golpes virtuais. O que não faltam são estratégias para obter informações dos mais incautos. Uma das táticas mais conhecidas é o envio de e-mails que se passam por comunicados de bancos e órgãos oficiais. As mensagens solicitam o recadastramento dos clientes a partir da inserção de dados atuais, mas a Febraban (Federação Brasileira de (Bancos) alerta que as instituições financeiras nunca enviam esse tipo de pedido por e-mail. Os fraudadores também costumam anexar arquivos executáveis em mensagens com assuntos variados. O repertório vai de slides religiosos a cartões com declarações amorosas. No fim das contas, a curiosidade pode levar o usuário a instalar programas que permitirão aos criminosos captar senhas digitadas mais tarde no acesso ao home banking.

Para se precaver de ter o limite do cartão de crédito estourado sem se dar conta, o consumidor deve ficar atento aos programas de navegação utilizados na internet. As versões atualizadas dos browsers (como o Internet Explorer ou o Firefox) geralmente incorporam melhorias nos mecanismos de segurança. Takaki, da ABECS, aponta que o segredo é desconfiar sempre - seja de e-mails com remetentes desconhecidos ou de páginas com ofertas muito baratas. "Os primeiros resultados no Google também não garantem sites confiáveis. Alguém pode pagar para ter um link dentro da lista preferencial e, por isso, o ideal é optar por endereços já reconhecidos no mercado", completa.

Chupa cabra

Consideradas todas as modalidades de fraude envolvendo cópias de cartão, estima-se que sejam desviados 500 milhões de reais por ano no país. Apesar da tradicional clonagem ter perdido espaço para os golpes online, não são raras as ocasiões em que as quadrilhas agem nos caixas eletrônicos ou máquinas de cartão de crédito e débito. Nesses casos, é instalado um aparelho conhecido como chupa cabra sobre a placa do equipamento original, responsável por copiar não apenas a trilha magnética do cartão, mas também a senha do usuário. "Antigamente, o mais comum era a existência de uma memória que deveria ser recuperada pelo criminoso, como se fosse um pen drive. Hoje, com tecnologia wireless e bluetooth, já é possível receber esses sinais por rádio", explica o delegado Carlos Eduardo Sobral, da divisão de combate à crimes cibernéticos da Polícia Federal.

Antes de fazer uma operação financeira no caixa eletrônico, o consumidor deve se posicionar de frente para a tela, não permitindo que outras pessoas vejam qualquer movimentação manual. Vale testar a firmeza do dispositivo de entrada do cartão para checar se ele está bem afixado e seguro. Orifícios suspeitos ou parafusos mal colocados podem esconder câmeras, assim como panfletos afixados ao lado do equipamento. Tampouco é aconselhável aceitar a ajuda de estranhos. A despeito de agirem como funcionários do banco, os supostos ajudantes podem inclusive trocar o seu cartão sem que você perceba.

No caso das maquinetas de cartão de crédito, pode haver substituição sem que o lojista tenha participação no esquema. Isso acontece quando os criminosos se identificam como técnicos e adulteram o equipamento. Nessas situações, é impossível identificar qualquer sinal de fraude. Por outro lado, a conivência dos donos dos estabelecimentos também garante a execução de muitos golpes. Por isso, é aconselhável que o cliente fique atento aos movimentos do vendedor, sem nunca perder o cartão de vista. Mesmo que o plástico tenha chip, o lojista mal intencionado pode copiar a trilha magnética com uma máquina modificada e memorizar dados como data de vencimento e código de segurança quando estiver manipulando o cartão. Assim, ele poderá usar essas informações para fazer compras online ou por telefone.

Estorno

Caso tenha o limite de crédito usado por terceiros, o consumidor pelo menos não vai sentir o peso do golpe no bolso. A clonagem é de inteira responsabilidade da operadora de cartão e cabe a ela decidir se vai ressarcir o cliente ou deixar de cobrar as compras já efetuadas. Não há prazo estabelecido por lei para que isso aconteça, mas em geral as instituições pedem cinco dias úteis para averiguar o desvio. Depois disso, elas são obrigadas a arcar com todos os prejuízos.

A reclamação do dano patrimonial pode acontecer até cinco anos depois da fraude, mas o consumidor deve entrar em contato com o banco assim que possível para evitar maiores rombos. Justamente por isso, a técnica do Procon Renata Reis aconselha estar sempre atento aos extratos bancários para solicitar o reembolso diante de qualquer anormalidade. "Se o desvio aconteceu com todo o salário do cliente e a empresa ainda não devolveu o dinheiro, ele pode entrar com uma reclamação no órgão do consumidor para acelerar o processo. Todo dano gerado pela operação indevida deve ser obrigatoriamente coberto, inclusive multas sobre contas que não foram pagas por falta de recursos em caixa", ensina.

Fonte: Exame.com/Info Online

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Por Que Trabalhamos Tanto ?

Seis em cada dez profissionais estão estressados pelo excesso de tarefas e desejam ter uma vida mais equilibrada

SÃO PAULO - Há três anos, quando se tornou pai de trigêmeos, o executivo começou a sentir os efeitos do estresse. Sem tempo para exercícios, passou a ter problemas de pressão. Assustado, decidiu reavaliar seus objetivos de carreira.

“Quis desacelerar para acompanhar o crescimento de meus filhos”, diz Alexandre. A decisão o levou a procurar um emprego que oferecesse uma relação mais equilibrada entre trabalho e vida pessoal. Hoje, Alexandre é responsável no Brasil pela área de finanças da W.L. Gore, fabricante americana de produtos plásticos.

Modesta aqui, a companhia está, há 13 anos, na lista das melhores empresas para trabalhar dos Estados Unidos, publicada pela revista Fortune. No atual emprego, Alexandre tem horários flexíveis, o que lhe permite levar os filhos à escola diariamente e ainda fazer academia de ginástica três vezes por semana. Como tem autonomia para escolher os projetos em que vai entrar, consegue administrar melhor a carga de trabalho e permanecer menos tempo no escritório.

Alexandre afirma que não trocaria o emprego por um cargo com salário mais polpudo se demandasse perda de qualidade de vida. “Atualmente, sou mais criativo, mais produtivo e mais feliz”, diz. Infelizmente, quem consegue balancear atividades profissionais e pessoais, como Alexandre, é minoria. No Brasil, o excesso de trabalho angustia mais gente do que o medo de perder o emprego.

É o que diz uma pesquisa da Isma-Brasil, instituição internacional que estuda qualidade de vida, que em 2009 ouviu mil executivos e constatou que 62% deles estão insatisfeitos com a quantidade de horas que dedicam ao trabalho — e sofrem por isso.

Nos seis anos anteriores em que a mesma pesquisa foi realizada, o fantasma do desemprego sempre foi o maior fator de estresse entre os executivos, à frente da sobrecarga de trabalho. A busca por uma vida equilibrada também se revela em um estudo conduzido por Daniela Degani e Felipe Ferrazoli, pesquisadores da Fundação Instituto de Administração (FIA), de São Paulo.

Eles descobriram, em entrevistas com 55 gestores, que 60% deles gostariam de trabalhar numa companhia na qual pudessem ter horários mais flexíveis e menos sobrecarga. Esses profissionais estão, inclusive, dispostos a renunciar a até 15% de suas remunerações para dispor, em troca, de mais nove horas livres na semana. Essa busca por equilíbrio, no entanto, não passa de um desejo.

No mundo real, 45% desse mesmo grupo trabalha entre dez e 12 horas por dia e 9% ficam mais de 13 horas dentro do escritório. Pior, na prática, eles fazem pouco para reverter a situação. Fica, portanto, a pergunta: se queremos mais qualidade de vida, por que ainda trabalhamos tanto?

Segundo Carlos Honorato, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e orientador da pesquisa da FIA, a rigidez e a cultura workaholic da maioria das empresas sufocam os anseios de mudança das pessoas: “Elas querem trabalhar menos, mas ainda não comunicam esse desejo por insegurança”, diz.

Quando se colocam nessa posição, os profissionais tentam resolver a situação silenciosamente, por conta própria, e acabam se frustrando ainda mais. “Em geral, as pessoas administram mal o tempo, e a tecnologia, que poderia ajudá-las, acaba por atrapalhar”, diz Carlos.

Produção em alta, saúde em baixa

A crise financeira mundial engrossou o rolo compressor da sobrecarga de trabalho. Muitas empresas, preocupadas em enxugar os gastos, encolheram as equipes, cancelaram os bônus, aumentaram as metas e diminuíram o tempo para entregar resultados.

A cobrança aumentou. Os resultados das medidas tomadas durante a crise estão aparecendo agora: a lucratividade das fi rmas brasileiras aumentou de 14,5% em 2008 para 15,9% em 2009, de acordo com levantamento do jornal Valor Econômico com 88 companhias de capital aberto. Ao mesmo tempo, os funcionários estão exaustos.

A crise parece ter passado, mas deixou sequelas. “Os donos estão felizes em faturar mais gastando menos e não vão aumentar os quadros enquanto estiverem lucrando”, diz Paulo Salomão, professor do Instituto de Marketing Industrial (IMI), de São Paulo. “A consequência da sobrecarga é a fragilidade dos profissionais, cada vez mais frustrados e estressados”, completa a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da Isma-Brasil.

Uma pesquisa do Hospital do Coração de São Paulo (HCor) comprova a afirmação: 50% dos executivos paulistanos, com média de 40 anos, sofrem de estresse.

“A estafa é a válvula de escape para diversas doenças, como a depressão, a enxaqueca e a gastrite, que surgem cada vez mais cedo”, diz Silvia Cury, chefe do ambulatório de psicologia do HCor. O aumento do número de profissionais estressados por causa da crise financeira é mundial.

De acordo com pesquisa da consultoria Terco Grant Thornton, 56% dos executivos de 36 países estão ainda mais estressados em decorrência da crise do ano passado. Funcionários desmotivados e com a saúde frágil são um problema grave para as corporações.

“Pessoas não são máquinas”, explica Anderson Sant’Anna, professor de comportamento organizacional da Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte. “Nem sempre se recuperam rapidamente de uma dose alta de pressão”, diz. Não à toa, o custo com saúde — preventiva ou não — tem crescido muito na conta corporativa.

“As organizações sabem que a carga horária e a pressão aumentaram, por isso investem cada vez mais em benefícios de qualidade de vida”, diz Alexandre Espinosa, diretor de saúde e benefícios da consultoria Mercer.

O carioca Adalberto Mendes Neto, de 42 anos, analista de projetos da fornecedora de software Totvs, lutou por ações de bem-estar para ser mais feliz (e produtivo). Adalberto ajudou a implantar um programa de corrida que foi disseminado a todos os funcionários da companhia. “Como pedir um aumento é complicado, resolvi que a empresa precisava me dar mais qualidade de vida. Os diretores compraram a ideia”, conta Adalberto.

Hoje, a Totvs incentiva a prática esportiva e até patrocina os funcionários em maratonas. “O trabalho é importante, mas criar um equilíbrio é fundamental”, diz Ernesto Haberkorn, fundador da Totvs e idealizador do programa Netas, que estimula a prática esportiva, cultural e espiritual.

“Prestar atenção em outras esferas da vida faz com que as pessoas se desenvolvam melhor, dentro e fora da carreira.” A empresa Genzyme, de biotecnologia farmacêutica, seguiu o mesmo caminho e desenvolveu programas para estimular o bem estar.

Os funcionários têm flexibilidade de horário, saem mais cedo às sextasfeiras, podem trabalhar de casa pelo menos duas vezes por mês e recebem, por meio de um programa de consultoria, auxílio jurídico, médico ou financeiro. “Nesse ramo, o trabalho é pesado e, se os profissionais não tiverem uma vida pessoal satisfatória, vão fi car desmotivados e a qualidade do nosso serviço vai cair”, diz Alexandre Galvão, diretor de RH da Genzyme.

A carioca Ana Paiva, de 33 anos, credita seu sucesso profissional ao bem-estar que alcançou dentro da companhia. Coordenadora de relações corporativas, ela só conseguiu concluir a pós-graduação e um MBA graças ao tempo livre oferecido pela Genzyme. “Eu pude desenvolver meus estudos. Estudar, além de me ajudar numa colocação no mercado, é uma grande realização individual”, diz Ana.

O peso da insegurança

Apesar de o medo do desemprego aparecer em segundo lugar na pesquisa de gatilhos de estresse conduzida pela Isma-Brasil, a insegurança é um fator que influencia bastante na maneira de encarar o trabalho. Por terem medo de ser substituídos ou deixados de lado na hora de uma promoção, muitos fazem de tudo para parecer imprescindíveis, mesmo que isso signifique ficar mais tempo no escritório.

A prática, chamada de presenteísmo, consiste na permanência no trabalho mesmo depois da realização dos objetivos do dia. O problema é grave, pois se propaga como vírus: se um chefe fica até tarde no trabalho, o subordinado estica a jornada improdutivamente para sair depois. Se esse subordinado também é gestor, sua equipe adota o mesmo comportamento, e a coisa vai descendo e contaminando o ambiente.

Essa prática é tóxica e pode levar o indivíduo a problemas graves de saúde”, diz a psicóloga Ana Maria Rossi, da Isma-Brasil. Alexandre Pellaes, da W.L. Gore, já enfrentou o problema em empregos anteriores. “Na área financeira ainda há essa aura de que o bom profissional é o que trabalha até altas horas”, diz.

No começo da carreira, ele entrou na onda. Mas, aos poucos, começou a sentir a frustração por ficar horas a fio atrás do computador apenas para se adequar à cultura workaholic de uma empresa. “No começo, a sensação é de que você é uma peça fundamental.

Quando o tempo passa e você percebe que poderia usar aquele tempo em tarefas mais produtivas fora do escritório, surge o desânimo”, conta. Para driblar essa situação, Ana Cristina Limongi, professora do programa de gestão de pessoas da FEA-USP, sugere o diálogo com a liderança, por mais difícil que ele possa ser.

“O ideal é tentar conversar sobre o tema com a chefia e mostrar que não é preciso trabalhar até de madrugada para cumprir metas”, diz Ana Cristina. Mas a professora alerta: nem sempre a negociação é possível. “É mais difícil mudar o hábito em companhias com tradição de presenteísmo. Em casos extremos, a melhor solução é mudar de emprego.”

A solução radical foi tomada por Marcelo Lotito, de 39 anos, fundador da Marcap Engenharia, empresa de arquitetura corporativa, de São Paulo. Cansado de ter de passar horas a fio no escritório e de precisar fazer política com chefes e colegas para conseguir crescer na carreira, o paulistano decidiu se tornar empreendedor e criar um negócio no qual a palavra-chave é meritocracia.

Na Marcap, os 66 funcionários trabalham em equipes que têm autonomia para gerenciar o tempo despendido em cada projeto. Não há hierarquia rígida. Os funcionários têm horários flexíveis de trabalho, são estimulados a desenvolver projetos pessoais e crescem de acordo com os resultados que apresentam.

Ele próprio conseguiu ter mais bem-estar. “Se passamos quase metade do dia no ambiente de trabalho, nada mais justo do que fazer algo que nos dê prazer”, diz Marcelo. “Hoje sou realizado com o que faço e tenho tempo para ser feliz também longe do computador”, diz.

Flexibilidade eficiente

Ter horários flexíveis pode ser decisivo na melhoria da qualidade de vida. Mas, se mal administrada, a maleabilidade de horários se torna mais um fator de sobrecarga de trabalho. De acordo com o professor Carlos Honorato, da FIA, flexibilidade pressupõe mais responsabilidade.

O profissional fica comprometido com a entrega de resultados, não importando quantas horas trabalhe nem onde. Parece mais racional, mas o problema é que muitos não conseguem administrar as tarefas e deixam o trabalho acumular. “Para a flexibilidade dar certo é preciso disciplina para trabalhar em casa e separar a vida pessoal da profissional”, diz Carlos.

Também é fundamental que as empresas abracem enfaticamente a prática. “A flexibilidade já existe informalmente em muitos lugares, mas muita gente reclama dos olhares de desaprovação dos colegas quando decidem sair mais cedo para trabalhar em casa”, diz a pesquisadora Daniela Degani, da FIA.

O paulistano Maurício Alves, de 37 anos, gerente de vendas da empresa de serviços de alimentação Ticket, não enfrenta a ciumeira dos colegas. Desde 2007, trabalha remotamente. Para não misturar as instâncias de sua vida, ele criou um espaço em casa voltado exclusivamente ao trabalho. “É como um escritório real dentro de casa. Até meu filho entende que estou trabalhando quando entro lá”, diz Maurício.

Com a agenda organizada, o gerente tem agora mais tempo para ficar com a família e cuidar da saúde. Além disso, a produtividade aumentou no mesmo nível da qualidade de vida. “Não preciso mais enfrentar trânsito para visitar clientes e posso marcar reuniões fora do horário de rush, o que me motiva a atingir as metas corporativas”, diz.

A prática de home office é válida para todos da equipe comercial da Ticket. Desde que o programa foi implantado, há dois anos, o número de negócios fechados aumentou 40%. “Os benefícios para o negócio são redução de custos e aumento do desempenho e do bem-estar dos profissionais”, avalia Eduardo Távara, superintendente de vendas da Ticket.

Para aqueles que ainda não têm a sorte de trabalhar num lugar onde a flexibilidade é regra, Carlos Honorato aconselha: negocie. “Leia o ambiente e perceba que tipo de mobilidade sua empresa permite e fale com a liderança. Essa atitude é ainda mais eficiente se for tomada no momento da contratação.”

Tecnologia do bem

Teoricamente, notebooks, smartphones e outras ferramentas tecnológicas devem ajudar as pessoas a executar tarefas mais rapidamente e com menor esforço. Mas, quando usada incorretamente, a tecnologia deixa de ser uma aliada e se torna inimiga.

A ideia de que é possível manter-se o tempo todo em contato com o ambiente de trabalho, por meio de computadores pessoais ou de celulares, aumenta a ansiedade e a carga de tarefas realizadas fora do escritório — tarefas essas que, muitas vezes, poderiam ter sido eliminadas durante o expediente.

“Achávamos que os avanços da tecnologia ajudariam a estender os momentos de lazer, mas o que aconteceu foi exatamente o contrário”, diz Anderson Sant’Anna, da Fundação Dom Cabral. “O tempo dedicado aos problemas corporativos aumentou”, diz.

Antonio Lemos, gerente de vendas da Voith do Brasil, empresa de soluções gráficas, é desses profissionais que não conseguem desconectar: nunca desliga o celular, checa e-mails corporativos nos fins de semana e entra em contato com colegas de trabalho de madrugada.

“Não me incomodo de estar online o tempo todo, uso qualquer brecha de tempo livre para ser mais produtivo”, diz Antonio. Esse uso desenfreado, no entanto, pode prejudicar a qualidade de vida.

De acordo com Alberto Ogata, presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida e coautor do livroWellness (Editora Campus/Elsevier, 26,90 reais), quem se mantém alerta por 24 horas não é tão produtivo quanto pensa. “Ter um tempo para desenvolver projetos pessoais fora do mundo virtual é importante para estimular a criatividade e o bem-estar — fatores fundamentais para o crescimento na carreira”, explica Alberto.

Para usar a tecnologia a seu favor e não se tornar um escravo dela, o ideal é estabelecer horários (e locais) para acessar a caixa postal corporativa e atender a chamados do escritório. O especialista em gestão do tempo Paulo Kretly, da consultoria FranklinCovey, aconselha: “Cheque os emails de trabalho apenas durante o expediente e estabeleça prioridades para as respostas.

Usar assertivamente a tecnologia demanda reeducação e controle da ansiedade”. A mudança de hábito é mais difícil em empresas com cultura imediatista — se a liderança espera que você esteja sempre disponível, responder a um telefonema às 3 da manhã não é um favor, mas, sim, uma obrigação.

Nesses casos, o melhor a fazer é estimular a mudança aos poucos. “Se houver abertura, converse com a chefia e mostre que é preciso ter tempo para as respostas, ainda mais quando você estiver fora do escritório”, diz Carlos Honorato. “As lideranças precisam começar a usar a tecnologia a serviço das pessoas, e não o contrário”, completa.

Tudo ao mesmo tempo, agora. A cultura dos resultados imediatos também gera sobrecarga. “A sensação de que é tudo para ontem expressa esse problema”, diz Daniela Degani, da FIA.

Segundo Paulo Salomão, do IMI, a busca pela rapidez na entrega de resultados ocorre pela dinâmica do mercado. “Os investidores, que estão longe dos locais de trabalho, querem ter lucros cada vez mais rápido, mas essa atitude afeta o cotidiano dos profissionais”, avalia.

Uma pesquisa da consultoria ProGeps, de São Paulo, mostra os efeitos da produção acelerada no dia a dia das pessoas: os gestores gastam, em média, 59% do tempo no escritório para resolver problemas que consideram urgentes.

“A diminuição da hierarquia e a pressão por resultados imediatos fazem com que os funcionários não consigam estabelecer nem prioridades nem limites para a carga de trabalho”, explica Ana Cristina Limongi, professora da FEA-USP.

O engenheiro gaúcho Gérson Worobiej, de 40 anos, da Macro Engenharia, empresa de construção civil de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, teve de lidar com as consequências do imediatismo e da má gestão do tempo. Para se mostrar disponível, ele costumava abraçar todo tipo de tarefa. “Eu era um bombeiro”, diz. “Como resolvia tudo rapidamente, meus chefes me atolavam de trabalho”, diz.

A atitude fez com que a carga de tarefas aumentasse tanto que Gérson transformou os sábados em dia útil. “Não conseguia eliminar tarefas durante a semana e chegava a trabalhar até 14 horas por dia.” A sobrecarga durou até 2009, quando ele começou a rever as atitudes. “Se continuasse naquele ritmo, eu teria tido um ataque”, diz.

Com o objetivo de ganhar tempo, Gérson negociou prazos mais longos com os chefes, diminuiu o número de tarefas diárias, fez um planejamento mensal para suas atividades e aprendeu a dizer “não”. No começo, ele sofreu para deixar de ser centralizador.

“Fiquei mais focado em tarefas realmente importantes.” Aproveitando melhor o tempo, Gérson consegue se dedicar ao trabalho e à vida pessoal: voltou a praticar esportes, a estudar e a se divertir nos fins de semana. O primeiro passo para se organizar é aprender a listar prioridades.

“Criar metas e desenvolver um modelo de trabalho a ser repetido cotidianamente ajuda a usar melhor o tempo”, explica Christian Barbosa, especialista em gestão de tempo e dono da Triad Consulting (veja entrevista com ele na sequência desta reportagem). Também é importante administrar as horas dedicadas à leitura e às respostas aos e-mails.

De acordo com Christian, o brasileiro gasta, em média, três horas por dia só administrando a caixa postal. Além disso, é sempre bom deixar uma brecha na agenda para lidar com os imprevistos — que são constantes.

O especialista alerta para os ladrões de tempo mais terríveis: reuniões improdutivas, navegação em redes sociais e foco em mais de uma tarefa ao mesmo tempo. A mestre em comunicação Vera Martins, autora do livro Seja Assertivo! (Editora Campus/Elsevier, 54 reais), sublinha a importância de manter o foco em um objetivo específi co e de se comunicar de maneira clara.

“Um profissional que não sabe exatamente que metas precisa atingir não possui estabilidade emocional e se obriga a trabalhar mais do que o necessário”, diz Vera. “A má gestão do tempo aumenta o estresse e prejudica todas as esferas da vida.”

Para romper esse ciclo, o melhor a fazer, além de listar os objetivos, é calcular o tempo necessário para cumpri-los e mostrar o planejamento para colegas e chefes. E atenção aos momentos de navegação a esmo na internet.

“É um sinal de que você está ansioso, arrumando uma maneira de fugir dos problemas no escritório”, explica Vera. O consultor Christian Barbosa dá outra dica: perguntar-se diariamente se as tarefas que você realiza geram resultados positivos para sua vida. “A resposta vai guiar a organização de tarefas”, diz o especialista.

Roberta Maturana, de 30 anos, está fazendo esse exercício. Coordenadora regional de vendas da Lanxess, o braço de soluções químicas da Bayer, ela vive em viagens pela América Latina e pelo Brasil e trabalha, em média, dez horas por dia.

No fim do ano passado, a paulistana começou a questionar suas prioridades: colocou na agenda as tarefas da vida pessoal (como ginástica e terapia), negociou férias de 30 dias e passou a delegar responsabilidades. “Minha resolução de ano novo foi aumentar a dedicação à vida pessoal”, conta.

De acordo com a psicóloga Jaqueline Perozzo Andreazza, professora da Faculdade da Serra Gaúcha, Roberta está no caminho certo. “O maior risco é cair numa rotina em que faltam interesses múltiplos”, ex-plica Jaqueline. “As chances de frustração são maiores quando o foco é exclusivo no trabalho, pois não há válvulas de escape.”

Por isso, o conselho para trabalhar melhor é: fazer o que gosta na dose certa. Equação praticada por integrantes da Geração Y, formada por nascidos a partir dos anos 80. “A moçada que está ingressando no mercado de trabalho agora tem muito a ensinar às outras gerações porque, para esse pessoal, é vital ter equilíbrio entre obrigação e lazer”, afirma Eline Kullock, presidente da consultoria Grupo Foco, de São Paulo.

Inclua atividades prazerosas na agenda e se defina não apenas pelo o que você faz, mas, sim, pelo o que você é. Siga o conselho de Wanderley Codo, professor da Universidade de Brasília: “Entenda o trabalho como uma das milhares partes de sua vida”.

Como dosar o ritmo

- Planeje pausas para o descanso: é um hábito saudável que aumenta sua eficiência.

- Procure estar bem com a família, amigos e colegas de trabalho. Mas, acima de tudo, agrade a si mesmo.

- Diga “não” mais vezes. Isso permite que você se concentre em tarefas prioritárias.

- Use os finais de semana para fazer outra atividade que não seja trabalhar. Divirta-se com a família e com os amigos, faça exercícios e viaje.

Fonte: Você S/A

terça-feira, 11 de maio de 2010

Conheça a Nova Carteira de Identidade

Modelo do RIC, ainda em estudos: tecnologia a serviço da segurança

SÃO PAULO - Até o fim deste ano, os brasileiros passarão a ser identificados com um novo número de identidade, o Registro de Identificação Civil (RIC).

O novo documento tem o objetivo de unificar as bases de cadastros de cidadãos, que atualmente é separada por unidade federativa e, assim, permite que uma mesma pessoa tenha até 27 números de Registro Geral (RG) diferentes. Do ponto de vista da segurança, a grande mudança está na tecnologia envolvida na confecção do novo documento, que se assemelhará a um cartão de crédito.

Previsto por lei desde 1997, o projeto de criação do RIC deu o último passo para sair do papel na semana passada, com a publicação do decreto que regulamenta a lei. A ideia é que o novo documento, além de substituir o RG, fique vinculado ao Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), ao título de eleitor, à Carteira Nacional de Habilitação (CNH), entre ouros documentos, para que o mesmo número identifique os brasileiros diante das diversas situações que hoje exigem novos cadastros.

O presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), Renato Martini explica que as especificações técnicas do novo documento ainda não estão totalmente definidas, já que dependem do crivo do Comitê Gestor de Registro de Identificação Civil, instituído no dia 6 de maio e que começa a se reunir neste mês.

Alguns elementos, entretanto, já se pode dizer que estarão no RIC por estarem de acordo com padrões internacionais de sistemas de identificação. Com base nesses padrões, o ITI, em parceria com o Instituto Nacional de Identificação (INI) e o Instituto Nacional de Criminalística (INC) desenvolveram um protótipo, apresentado à sociedade há dois anos.

Tecnologia

O documento será confeccionado em policarbonato, com 85 por 54 mm e chip, características semelhantes às de cartões de crédito. No chip, que seguirá o padrão internacional ISO 7816, criado para cartões do tipo, estarão armazenadas informações como nome completo, filiação, sexo, data e local de nascimento, além da imagem da impressão digital do portador. Todos os dados ficarão armazenados de forma criptografada e sob uma certificação digital, que assegura a autenticidade do cartão.

A coleta das impressões digitais será feita por equipamentos semelhantes a scanners, conhecidos como AFIS (Sistema Automatizado de Identificação de Impressões Digitais, na sigla em inglês). Desde 2004 o Brasil já conta com a tecnologia, adquirida por US$ 35 milhões, e sob responsabilidade do Ministério da Justiça. Todas as impressões digitais coletadas ficarão armazenadas em servidores localizados em Brasília e que terão backups em todas as unidades da federação.

A cada cadastro novo, as impressões digitais serão comparadas com todas as demais armazenadas no banco de dados, a fim de impedir a confecção de mais de um documento para a mesma pessoa. A gravação das impressões no chip permite ainda que, por meio de leitores biométricos, seja possível confirmar se uma pessoa é realmente a portadora do documento, mesmo que o sistema esteja offline.

Segurança sem leitores

A leitura dos dados contidos no chip de um cartão RIC dependerá, é claro, de leitores eletrônicos, mas Martini explica que a verificação da autenticidade do documento não demandará uma mudança repentina na infraestrutura dos órgãos públicos e empresas que dependem da apresentação da identidade. "A identificação ainda poderá ser feita da mesma maneira que já é feita atualmente com o RG, o famoso 'cara-crachá', já que haverá elementos para assegurar que o cartão é verdadeiro".

Composto por seis camadas, o RIC terá ainda as inscrições com os dados do cidadão gravados, a laser, sob a camada superficial, para impedir a remoção ou adulteração dessas informações. Haverá ainda um espaço para gravação de códigos que podem ser interpretados por OCR (reconhecimento óptico de caracteres). Entre outros elementos de segurança, o projeto contempla ainda efeitos ópticos, como marcas d'água, fundos complexos e guilhoches.

"Com a tecnologia que existe hoje, pode-se dizer que é impossível falsificar este tipo de documento. Com o passar do tempo, investiremos em novas ferramentas de segurança, para evitar fraudes mesmo que os elementos atuais se tornem vulneráveis", afirma o presidente do ITI.

Processo de implantação

O número RIC, composto por dez dígitos, e que daqui para frente identificará cada cidadão brasileiro já começou a ser emitido em dois estados: Rio de Janeiro e Bahia. Nestes locais, as pessoas que fazem o RG já recebem o novo número, embora ainda não tenham à disposição o documento certificado digitalmente.

A expectativa, segundo Paulo Ayran, assessor da diretoria do INI, é que a carteira RIC propriamente dita comece a ser emitida até o fim deste ano, inicialmente em fase de testes, em uma unidade da federação. O cadastro do número RIC será centralizado no INI, em Brasília. Apesar disso, a emissão do documento continuará sendo responsabilidade dos institutos de identificação estaduais, que passarão por um processo de integração à rede nacional.

"O início da confecção do documento depende apenas de uma definição do Comitê Gestor", diz Ayran. A previsão é que em até nove anos a meta de identificar 150 milhões de brasileiros com o RIC esteja cumprida. "A partir daí, documentos como o atual RG, CPF, PIS, título de eleitor e carteira de habilitação poderão ser inutilizados", conclui Martini.

Fonte: Info Online

sábado, 8 de maio de 2010

Quem está Obrigado a Emitir NFe

Em virtude das muitas consultas e dúvidas sobre a obrigatoriedade do uso da Nota Fiscal Eletrônica:

A coordenação do projeto NF-e publicou ainda a seguinte comunicação:

“Prezados Contribuintes,

em decorrência do grande número de questionamentos referentes a ampliação da obrigatoriedade de emissão da NF-e, a partir da publicação do Protocolo ICMS 42/2009, a coordenação técnica do projeto, esclarece:

O Protocolo ICMS 42/09 objetiva escalonar a ampliação da obrigatoriedade de uso da NF-e de forma que, até o final de 2010, estejam alcançados por esta obrigatoriedade todos os contribuintes do ICMS que se enquadrem em pelo menos uma das seguintes situações:

1. Desenvolvam atividade industrial

2. Desenvolvam atividade de comércio atacadista ou de distribuição

3. Pratiquem saídas de mercadorias com destino a outra unidade da Federação

4. Forneçam mercadorias para a Administração Pública.

Para escalonar esta ampliação de obrigatoriedade de emissão, o anexo único do Protocolo 42/09 dividiu as atividades de indústria, comércio atacadista e distribuição ao longo de três períodos (respectivamente, abril, julho e outubro de 2010), através de descrições baseadas na Codificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE), tendo estabelecido uma quarta etapa, em dezembro, para as operações interestaduais e de venda para a Administração Pública.

Muitas destas atividades repetem produtos já descritos nas fases do Protocolo 10/07. Por este motivo, existe no Protocolo 42/09 um dispositivo que diz que ‘Ficam mantidas as obrigatoriedades e prazos estabelecidos no Protocolo ICMS nº 10/07, de 18 de abril de 2007′, ou seja:

Os prazos do Protocolo 42/09 não se aplicam para aquelas empresas já alcançadas pela obrigatoriedade de uso da NF-e em razão de algum dispositivo do Protocolo 10/07, mesmo que cumulativamente pratiquem operações descritas por alguma CNAE listada no anexo único do Protocolo 42/09.”

Fonte: http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/

Nota Fiscal Eletrônica Pode Virar Empecilho para Negócios

Por Fernando Souza Filho
Pouca gente tem comentado sobre as repercussões em cadeia que as novas determinações da Receita Federal para o SPED e a Nota Fiscal Eletrônica podem causar, principalmente para as pequenas e médias empresas que não fizeram investimentos necessários para corrigir seus cadastros de clientes e fornecedores.

Isso porque as novas regras para emissão de nota fiscal exigem que tais dados estejam impecavelmente atualizados. Caso contrário, não será mais possível a emissão da nota fiscal, já que ela será obrigatoriamente eletrônica e os dados preenchidos para a sua emissão serão checados logos após serem recepcionados pela Sefaz responsável.

Se por qualquer motivo, por exemplo, a empresa não tenha regularizado seu cadastro junto aos órgãos públicos e fizer um pedido a um fornecedor para a compra de matérias primas ou insumos, este fornecedor não conseguirá emitir sua nota fiscal e, consequentemente, ficará impossibilitado de entregar a mercadoria. Com isso, nem a empresa consegue atender seus clientes, nem o fornecedor consegue receber.

”Os efeitos decorrentes desta situação vão causar muitos transtornos e uma empresa em situação irregular pode afetar a produção de uma série de outras”, explica o especialista Luis Claudio Palese, da CCA Consultores – consultoria especializada na análise e adequação de empresas à nova legislação.

Numa situação inversa, onde o fornecedor esteja com cadastro irregular, pode haver, ainda, a necessidade de uma empresa ter que trocar de fornecedor de uma hora para a outra.

“Imagine que uma empresa tenha negociações especiais de preço e condições de pagamento com um fornecedor que está em situação irregular junto à Receita Federal.Como esse empresário vai manter sua política de preços junto a seus consumidores, se tiver que recorrer a um fornecedor desconhecido de uma hora para a outra e não conseguir os mesmos acordos? Com certeza deixará de ser competitivo no mercado em que atua e fatalmente sofrerá prejuízo se não repassar suas perdas na venda final”, diz o especialista.

A recomendação de Palese é que as empresas corram atrás do tempo perdido e implantem as soluções fiscais necessárias. “Mas não se deve focar apenas no campo de investimentos financeiros e tecnológicos. A mudança de postura do empresário também deve englobar seus colaboradores. É a oportunidade ideal para agregar o valor ético aos negócios desenvolvidos no Brasil”.
Fonte: PC Magazine

Plástico Substituirá LCD em 10 anos, diz HP

SÃO PAULO - A HP é a maior fabricante de PCs do mundo e só em 2009 confeccionou 65 milhões de PCs para vendas mundo afora. Todos eles com display feitos de vidro.

Agora, no entanto, testes feitos no laboratório de pesquisas da companhia, nos Estados Unidos, avaliam o uso de filmes plástico para substituir derivados de vidro em displays de computadores, TVs e monitores.

A justificativa é que a evolução da tecnologia de manipulação de plástico permitirá criar películas capazes de se iluminar consumindo menos energia dos dispositivos e oferecer melhor qualidade de imagem do que os atuais painéis a base de quartzo ou cristal líquido.

Mais do que isso, o display de plástico teria um custo de produção até 40 vezes menor que o custo de fabricar um display de cristal líquido ou vidro.

Segundo as previsões do laboratório da HP, em dez anos monitores feitos com derivados de vidro parecerão tão ultrapassados quanto as TVs de tubo (CRT ou raios catódicos) parecem hoje.

Fonte: InfoOnline

Web pela Rede Elétrica Atrai Investimentos

SAN FRANCISCO - Depois da Internet, a rede elétrica está sendo vista como a nova fronteira por muitas grandes empresas.

O lucrativo desafio de converter o antiquado sistema de transmissão de eletricidade em uma rede inteligente está atraindo pesados investimentos por parte de gigantes de tecnologia, empresas de telecomunicações e conglomerados industriais.

Da Cisco Systems, International Business Machines, Motorola e Sprint Nextel a conglomerados industriais como a General Electric e Siemens, as empresas estão lutando por contratos com as companhias de distribuição de eletricidade, e se esforçando para explorar as oportunidades que surgem nesse mercado emergente.

Modernizar as antiquadas redes elétricas e implementar tecnologias de rede inteligente é um mercado que deve movimentar 200 bilhões de dólares dentro de cinco anos, de acordo com a Pike Research.

O movimento do setor foi estimado em 21 bilhões de dólares no ano passado.

Uma infusão de fundos norte-americanos em vários projetos, no valor de 4 bilhões de dólares até o momento, estimulou a criação de uma rede inteligente, um termo impreciso usado para descrever uma cadeia mais eficiente de suprimento de eletricidade.

"Os grandes agentes do setor de tecnologia estão certamente prevendo grandes oportunidades no mercado de redes inteligentes," disse Clint Wheelock, diretor executivo da Pike Research. "Cisco e IBM estão entre as companhias mais agressivas nos últimos anos."

"A GE está muito ativa. Creio que as empresas estejam definindo suas posições para a disputa do mercado," acrescentou.

A rede elétrica dos Estados Unidos é vista como tendo chegado ao seu limite. A proposta das redes inteligentes prevê criar um sistema que propicie ganho de eficiência aos milhares de quilômetros de linhas de transmissão de eletricidade, e ajude no desenvolvimento de energia renovável, na introdução de aplicações "inteligentes" que possam ser acionadas sozinhas, e no apoio a uma frota de carros elétricos.

Isso cria necessidade de sistemas de comunicação, integração de dados e outros softwares, relógios de eletricidade inteligentes, equipamentos de segurança e diversos outros serviços - todos podem aproveitar os pontos fortes de empresas já estabelecidas.

Fonte: Reuters/Info Online

terça-feira, 4 de maio de 2010

Nota Fiscal Eletrônica - NFe

A partir desta, em uma sequência de outras postagens, tentaremos esclarecer algumas dúvidas e curiosidades sobre a Nota Fiscal Eletrônica, como o que é, quem deve emitir, como, etc..

O Que É a Nota Fiscal Eletrônica ?
Podemos conceituar a Nota Fiscal Eletrônica como sendo um documento de existência apenas digital, emitido e armazenado eletronicamente, com o intuito de documentar, para fins fiscais, uma operação de circulação de mercadorias ou uma prestação de serviços, ocorrida entre as partes. Sua validade jurídica é garantida pela assinatura digital do remetente (garantia de autoria e de integridade) e pela recepção, pelo Fisco, do documento eletrônico, antes da ocorrência do fato gerador.
A Nota Fiscal Eletrônica tem validade em todos os Estados da Federação e já é uma realidade na legislação brasileira desde outubro de 2005, com a aprovação do Ajuste SINIEF 07/05 que instituiu nacionalmente a Nota Fiscal Eletrônica e o Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica – DANFE. Consulte a legislação no Portal da NF-e.

Fonte: Portal da Nota Fiscal Eletrônica

Angra 2 é Uma das Usinas Mais Seguras do Mundo

São Paulo - Usina de energia nuclear Angra 2, localizada no município de Angra dos Reis (RJ) está entre as mais produtivas, seguras e confiáveis do mundo, segundo dados da revista Nucleonics Week.

Essa não é a primeira vez que o empreendimento ganha um reconhecimento internacional deste tipo. Ano passado, a World Associations of Nuclear Operators (WANO) colocou a usina em 21º lugar em desempenho. Em 2009, a geração da unidade foi de 10.153.593,49 Megawatts-hora (MWh), energia suficiente para abastecer, durante um ano, as cidades de Belo Horizonte e Brasília.

A usina termonuclear Angra 2 foi a segunda do país a ser construída no Centro Nuclear Almirante Álvaro Alberto e começou a operar no ano 2000. A primeira, Angra 1, recebeu licença para operação em 1982 e seus reatores dedicam-se a geração de energia para a movimentação de navios e submarinos. A última usina do complexo, Angra 3, será concluída em 2014, conforme informou a Eletronuclear. Juntas, Angra 2 e 3 terão um potencial gerador de energia elétrica de 2755 MWh.

Estudo conduzido pela Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben) concluiu que usinas nucleares emitem a quase que a mesma quantidade de CO2 na atmosfera que matrizes eólicas ou hidrelétricas. Para a Organização das Nações Unidas (ONU), essas usinas, por seu caráter limpo, podem ser atores importantes na contenção do aquecimento global.

Reservas de Urânio

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil ocupa o 7º lugar em volume de reservas de urânio, combustível utilizado nos reatores nucleares. Ao todo são 278,7 mil toneladas, que correspondem a 6% da reserva mundial. A maior reserva do país fica em Caetié (BA) e possui 100 mil toneladas, quantidade suficiente para abastecer todo complexo de Angra (1, 2 e, a partir de 2014, 3) durante 100 anos.

O físico Antonio Mazzaro, superintendente de Angra 2, frisa que o volume total das reservas de urânio disponíveis no país ainda é incerto. "Não exploramos o potencial em sua totalidade, é possível que se tenha muito mais do que esse número".

A extração do minério é feita no Brasil pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que é responsável por todo o método de transformação do urânio em elemento combustível, utilizado em Angra 2. Dentre as etapas, apenas a parte de enriquecimento, cujo valor é de 35% do processo total, ainda não é realizada no país em escala industrial.

A INB estima que, até 2014, o Brasil estará preparado para realizar todo o ciclo de produção. Atualmente, o enriquecimento do urânio é feito na Europa.

No Brasil, as usinas nucleares são administradas pela Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás. De acordo com a instituição, até 2030 estão previstas mais quatro instalações nucleares, segundo o Plano Nacional de Energia. Serão duas unidades no Nordeste e outras duas na região Sudeste, ainda em fase de planejamento.

Fonte: Info Online

Em 2050, Mundo Terá 11% de Energia Solar

Em agosto do ano passado, foi inaugurado o segundo maior parque de energia solar no mundo, na Alemanha. O maior fica na Espanha

VERONA, Itália - A tecnologia solar vai gerar 3 mil gigawatts de energia em 2050, contra 900 megawatts em 2030, disse hoje o presidente da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).

"Isso significa que cerca de 11 por cento da eletricidade no mundo será gerada por energia solar em 2050", afirmou Paolo Frankl em uma conferência, apresentando um roteiro da agência para a energia solar. O roteiro completo será divulgado em 11 de maio.

Em um relatório anterior, a IEA havia estimado 1.600 gigawatts de eletricidade sendo gerada a partir de tecnologia solar até 2050.A previsão de 3 mil gigawatts de capacidade até 2050 vai produzir 4,5 mil terawatt-hora de eletricidade por ano.

Fonte: Reuters/Info Online

Óleo no Golfo do México está Incontrolável

Navios tentam conter derramamento de óleo no Golfo do México.
WASHINGTON - Por que o derramamento de óleo é um problema extremamente grave? A maioria dos componentes do óleo está se misturando com as águas do Golfo do México.

Especialistas apontam as piores consequências: um incessante fluxo de óleo do fundo do oceano; um tipo de um tipo de óleo não refinado que se mistura facilmente com água; uma mistura grudenta que é difícil de queimar e mais difícil ainda de limpar; água que serve de abrigo para desovas de vulneráveis novas formas de vida; e uma costa com áreas pantanosas difíceis de recuperar.

Cientistas especializados no Golfo do México sempre alertaram sobre “o potencial para um desastre como esse”, disse Wes Tunnell, ecologista costeiro e especialista em derramamento de óleo da Universidade A&M do Texas.

“E este foi o desastre. Esse é um pesadelo que acabou se tornando realidade”, acrescentou.

Até agora a situação não está um desastre completo. Mas é difícil imaginar o óleo não devastando a região, de acordo com Ed Overton, chefe da equipe de socorro a disastres químicos especializada em derramamento de óleo dos EUA.

Ele comparou o que está acontecendo com outra potencial ameaça ao Golfo do México: “Há as mesmas características de um furacão de categoria 5”.

Se as condições não mudarem rapidamente, a devastação integral deve ocorrer em algum lugar da costa, segundo Overton, que trabalha com a Administração Atmosférica e Oceânica Nacional.

Mais de 200 mil galões de óleo se espalham diariamente do tanque localizado perto da torre petrolífera Deepwater Horizon da BP que explodiu no dia 20 de abril e afundou dois dias depois. Tripulações estão usando pelo menos seis veículos remotos para tentar fechar uma válvula subaquática, mas por enquanto não obtiveram sucesso. Enquanto isso, fortes ventos e grandes ondas espalham o óleo sobre as estancas postas para contê-lo. Além da BP, diversas agências federais estão se esforçando para minimizar os danos.

Especialistas em derramamento de óleo passam por treinamentos para testar sua resposta a desastres desse porte. Um desses treinamentos foi feito no mês passado no Maine. O vazamento no Golfo do México é uma “combinação de todas as coisas ruins acontecendo” e torna a situação pior do que qualquer outra imaginada para uma torre petrolífera, explicou Nancy Kinner, diretora do Centro de Pesquisa de Resposta Costeira da Universidade de New Hampshire.

“É incontrolável”, afirmou.

A maioria dos americanos relaciona a Exxon Valdez com derramamentos. Mas o potencial e a probabilidade aqui “é muito maior”, de acordo com o professor de engenharia oceânica da Universidade de Rhode Island Malcolm Spaulding. Devido ao fato de a Deepwater Horizon não ter sido tapada e poder jorrar por meses, ela deveria ser comparada com uma torre muito pior que explodiu em 1979, disse Tunnell. Era a Ixtoc 1, que se localizava perto da península de Yucatán.

O vazamento atual representa “um cenário ainda pior”, ressaltou Tunnell.

O que torna esse derramamento incontrolável e muito parecido com o da Ixtoc 1 é que este é um poço ativo que não para de jorrar. O Exxon Valdez tinha um limite de fornecimento de óleo. A torre a 40 milhas da Costa do Golfo pode jorrar por meses até que seja contida.

O tipo de óleo espalhada também é outro grande problema. Este não é um tipo de óleo leve. Ele é mais pesado porque vem de uma região muito abaixo da superfície oceânica, esclareceu Overton.

“Se tivesse que citar um óleo ruim, citaria este. A sua única característica que não é ruim é que ele não contém muito enxofre”, explicou.

A época dos furacões está próxima (em junho) e especialistas acreditam que o óleo ainda estará flutuando nesse período. Embora pareça absurdo, uma forte tempestade poderia ajudar a dispersar e diluir a pior parte do óleo.

“Um furacão é um aspirador da naturaza”, disse Overton, “normalmente ele limpa o ambiente, mas nem isso seria suficiente para cessar um fluxo contínuo de óleo”.

Fonte: Associated Press/Info Online