domingo, 4 de junho de 2017

Bitcoin - O Que É ?



O que é Bitcoin?
Bitcoin não é mais uma das formas disponíveis de pagamento virtual. Sequer é uma “forma de pagamento”. Bitcoin é uma moeda.
Uma moeda virtual, naturalmente, mas uma moeda – e neste contexto o termo “moeda” não é usado na mesma acepção de “peça de metal de formato circular… etc”. Mas, é empregada quando se diz que o real, o dólar americano, o yuan, o peso, são moedas. Simplificando: Bitcoin é aquilo que costumamos chamar de “dinheiro”, “bufunfa”, “caraminguá” ou qualquer outra das mais de cem designações listadas no Houaiss.
Portanto Bitcoin é grana – pelo menos para quem transaciona com ele – e está se tornando cada vez mais popular. Então é possível, por exemplo, converter para Bitcoins quantias expressas em reais desde que conhecida sua cotação. Para ilustrar: hoje, 04 de junho de 2017, a cotação do bitcoin (cujo símbolo é BTC) está em torno de R$ 9,219,176.

E quem determina esta variação?
Ninguém. A flutuação da cotação do Bitcoin obedece rigorosamente a lei da oferta e da procura. Certas instituições (as “Bitcoin Exchanges” que, de certa maneira, funcionam como bancos virtuais) calculam esta cotação e a divulgam ao longo do tempo.

Mas, afinal, o que é uma moeda? O que é dinheiro?
Dinheiro é algo que pode ser trocado por bens, serviços, divisas estrangeiras (que por sua vez também são “dinheiro”), usado como pagamento nas diversas transações financeiras e é amplamente aceito, ao menos pelos que a usam.
Por exemplo: na Roma antiga os legionários eram remunerados com certas quantidades de sal – daí a origem do termo “salário” – e este sal era trocado por bens e serviços. Ou seja: sal era dinheiro.
Para ser usada com o objetivo de acumular riqueza, a moeda deve cumprir outras tantas condições: deve ter um suprimento estável, ser durável, fácil de ser protegida dos amigos do alheio e manter um valor estável.
Também estas condições são cumpridas pelo Bitcoin, com exceção talvez da última; mas, afinal, as cotações das demais moedas “oficiais” também podem oscilar e nem por isso entesourá-las deixa de ser um meio de armazenar riquezas.
Finalmente, há ainda algumas características apresentadas pelo chamado “dinheiro vivo”: pertence a quem o porta, não mantém qualquer tipo de registro sobre a identidade do proprietário, é fácil de armazenar anonimamente, porém difícil ou impossível de repor em caso de perda ou furto. Todas elas também apresentadas pelo Bitcoin.
Portanto, todas as condições apresentadas como necessárias para que algo seja usado como moeda são atendidas não apenas pelo Bitcoin quanto por todas as demais moedas oficiais dos diferentes países.
Logo, respondendo à pergunta lá de cima: o Bitcoin é uma moeda, já que atende a todas as condições que devem ser cumpridas pelas demais moedas oficiais.

Vantagens do Bitcoin
As vantagens do bitcoin como moeda são muitas, porém, vamos ressaltar apenas 5 delas:
  • Liberdade de pagamento – Com bitcoin é possível enviar e receber qualquer quantia de dinheiro no menor tempo possível, não importa onde você esteja. Não existem fronteiras, feriados ou limites. O bitcoin te permite fazer transferências e até remessas internacionais com rapidez, segurança e sem burocracia, além disso, você sempre terá pleno controle de seu dinheiro.
  • Menores Taxas – Pagamentos realizados com bitcoin são processados com taxas extremamente mínimas, visto que as transações bitcoin são realizadas diretamente de pessoa para pessoa, não havendo necessidade de bancos ou intermediários. Em média, uma transação entre dois usuários bitcoin tem taxa menor a 0.01%, mas caso seja necessário usar um intermediário para realizar a conversão, a taxa pode chegar a cerca de 1.5%, diferente das moedas convencionais, que podem variar de 3% a 30% em um pagamento ou remessa internacional.
  • Segurança, privacidade e controle – Pessoas que utilizam o bitcoin possuem total controle de suas moedas e transações, com isso, não recebem cobranças indesejadas, não precisam pagar a custódia dos valores e não estão suscetiveis a má administração de um banco, por exemplo. Para fazer pagamentos em bitcoin não há a necessidade de vincular informações pessoais à transação.
  • Transparência e Neutralidade – Todas as informações relacionadas a moeda bitcoin está livremente disponível na BlockChain para que qualquer pessoa que queira verificar e usar em tempo real, possa fazê-lo. Porém o protocolo Bitcoin não é controlado e nem manipulado por alguém, pois este é criptograficamente seguro. Este processo é tão seguro que grandes empresas já mostraram interesse na tecnologia blockchain.
  • Não Pode ser Congelada – Governos não podem embargar bitcoins da mesma forma que podem embargar moedas convêncionais. Já que sua riqueza não pode ser congelada, o bitcoin lhe dá a liberdade de fazer o que quiser com seu dinheiro.
Desvantagens do Bitcoin
São 3 as grandes desvantagens do bitcoin, mas que com o tempo deixarão de existir:
  • Seu valor é volátil – O valor do bitcoin não se mantém estável por muito tempo. O valor de um bitcoin pode imprevisivelmente valorizar ou desvalorizar em um pequeno intervalo de tempo devido à sua nova economia, nova natureza, e, por vezes, os mercados ilíquidos, mas isso tende a se resolver com a adoção de novos usuários e com o amadurecimento da criptomoeda.
  • Não é regulada – Pelo fato de o bitcoin não ser uma moeda emitida por um governo, não possui nenhuma regulamentação, mas isso não quer dizer que bitcoin seja ilegal. Reguladores de várias jurisdições estão estudando medidas para proporcionar a inclusão desta nova tecnologia ao sistema financeiro.
  • Pouca aceitação – Muitas pessoas ainda não conhecem o bitcoin. Cada dia mais empresas e comércios estão aceitando o bitcoin. Isto porque as vantagens do bitcoin superam em muito as desvantagens do bitcoin!
Fonte: Techtudo / Foxbit

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Tentáculos do Facebook


O Alcance é maior do que você imagina

A gama de informações que armazena faz do facebook uma da organizações mais influentes do mundo. Com base nisso, a Share Lab, empresa de pesquisa e mapeamento de dados, decidiu destrinchar os algoritmos e as conexões gigantes da rede social para entender melhor as relações de poder e a estrutura social dentro da companhia.
Há cerca de dois anos, Vladan Joler e seus amigos nerds começaram a investigar de Belgrado, capital da Sérvia, o funcionamento interno de uma das corporações mais poderosas do globo.
O grupo, que inclui especialistas em análises forenses cibernéticas e visualização de dados, já havia feito pesquisas sobre o que chamam de "diferentes formas de estruturas invisíveis" por trás dos provedores de internet sérvios.
Mas Joler e seus colegas, agora trabalhando no projeto do Share Lab, já estavam de olho em um alvo maior. "Se o Facebook fosse um país, seria maior do que a China", disse Joler, que também é professor na Universidade Novi Sad, na Sérvia.
Ele discorre sobre os números familiares, mas impressionantes: a empresa ainda adolescente no Vale do Silício armazena 300 petabytes de dados, possui quase dois bilhões de usuários e arrecadou quase US$ 28 bilhões (R$ 96 bilhões) somente em 2016.
Joler argumenta que, apesar disso, conhecemos muito pouco sobre o que acontece no interior da empresa - embora sejamos nós, como usuários, os responsáveis por fornecer, e de forma gratuita, a maior parte do combustível que a mantém funcionando.
"Todos nós, quando fazemos um upload de alguma coisa, quando marcamos as pessoas em nossas postagens, quando comentamos, estamos basicamente trabalhando para o Facebook", diz. As informações geradas a partir das nossas interações alimentam os complexos algoritmos que fazem a rede social funcionar. Logo, nosso comportamento é transformado em produto, afirma Joler.

Complexidade
Mas tentar desvendar esse processo, em grande parte oculto, provou ser uma tarefa gigantesca. "Nós tentamos mapear todos os campos e ferramentas que nos fazem interagir e alimentar o Facebook, e o que resulta disso", diz o especialista.
"Mapeamos curtidas, compartilhamentos, atualizações de status, adição de fotos, amigos, nomes, tudo que nossas ferramentas dizem sobre nós, todas as permissões que estamos dando ao Facebook via aplicativos, como o status do telefone, a conexão Wi-Fi e a habilidade de gravar áudio."
Toda essa pesquisa forneceu apenas uma fração do todo. Por isso, o grupo também pesquisou as aquisições do Facebook e vasculhou a sua miríade de arquivamentos de patentes. Os resultados são surpreendentes.
Gráficos de fluxo que levam horas para serem completados mostram como os dados que damos para o Facebook são usados para calcular a nossa afinidade étnica (termo usado pela empresa), orientação sexual, afiliação política, classe social, agendamento de viagens e muito mais.
Um dos mapas mostra como tudo - dos links que postamos às páginas que curtimos e o nosso comportamento online em muitos outros cantos do ciberespaço que são de propriedade ou interagem com a empresa, como Instagram, WhatsApp ou sites que usam o Facebook meramente para o login - poderia estar alimentando um processo algorítmico gigante.
E esse processo permite ao Facebook atingir os usuários com precisão impressionante pela habilidade de identificar seus gostos alimentares, quanto tempo levam no deslocamento para o trabalho e a idade de seus filhos, por exemplo.

Privacidade
Outro mapa detalha as permissões que muitos de nós estamos dispostos a dar ao Facebook por meio de seus muitos aplicativos para celular, inclusive a habilidade de ler mensagens de texto, baixar arquivos sem permissão ou identificar a nossa localização com precisão.
Se individualmente são ferramentas poderosas, combinadas formam um motor de coleta de dados que, segundo Joler, está pronto para ser explorado. "Se você pensar somente nos cookies, somente nas permissões do celular, ou só na retenção de metadata - cada uma dessas coisas, da perspectiva da análise de dados, é muito intrusiva."
Há anos o Facebook afirma que a privacidade dos dados e a segurança de suas operações é um dos pilares da rede social. As informações não podem, por exemplo, serem usadas por desenvolvedores para criar ferramentas, e a empresa afirma que obedece as leis de proteção de privacidade em todos os países. Milhares de novos funcionários foram contratados justamente com esse objetivo.
Mas Joler, apesar de admitir que sua pesquisa o tenha feito ficar paranoico sobre a informação que está sendo coletada, diz estar mais preocupado com isso no longo prazo.
Os dados vão permanecer nas mãos da empresa. Mesmo se seus atuais líderes sejam responsáveis e confiáveis, como podemos saber sobre quem estará no poder daqui a 20 anos?

Moeda de troca
Alguns analistas afirmam que o trabalho do Share Lab é valioso e impressionante. "É provavelmente o mais completo mapeamento do Facebook que já vimos", diz a especialista em leis e políticas da tecnologia da Cornell Tech, Julia Powles.
"A pesquisa mostra em termos frios e calculistas o quanto estamos dando em troca de termos a possibilidade de nos comunicarmos com nossos amigos." A escala do alcance do Facebook pode ser declarada em números brutos - mas os mapas do Share Lab o fazem de forma visceral, de um jeito que as comparações e paralelos não conseguem.
"Nós não temos analogias históricas apropriadas para as gigantes de tecnologia", explica Powles. Os poderes dessas empresas, segundo a pesquisadora, vão "muito além" de empresas como a Est India ou monopólios antigos como a Standard Oil.
E enquanto muitos consideram que os objetivos do império de Mark Zuckerberg sejam benignos, os seus efeitos nem sempre o são. Segundo Powles, o Facebook "brinca com nossos impulsos psicológicos básicos" ao valorizar a popularidade acima de qualquer coisa.
Apesar disso, ela não espera que a pesquisa do Share Lab leve a um êxodo massivo do Facebook, ou a um aumento dramático no escrutínio sobre as gigantes de tecnologia.
"O que é mais impressionante é o senso de resignação, a importância da regulação, a falta de opção, a apatia do público. Que situação extraordinária para uma entidade que tem o poder da informação - não há poder maior, na verdade."
O que o time do Share Lab quer deixar claro é a dominância extraordinária do Facebook. Mas Joler também destaca que mesmo os mapas e gráficos produzidos por eles não são capazes de fornecer um quadro preciso sobre as capacidades do gigante das redes sociais.
Não há garantias, por exemplo, de que não existam outros algoritmos em funcionamento e que são mantidos em segredo. Joler argumenta, porém, que o trabalho de sua equipe "ainda é o único mapa que existe" de uma das grandes forças que moldam nosso mundo atualmente.
Fonte: BBC / Share Lab - globo.com