segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Empresa Cria Acesso à Internet Através da Luz

SÃO PAULO – Uma empresa dos Estados Unidos desenvolveu uma tecnologia para que computadores acessem a internet utilizando um sistema de iluminação para fornecer a conexão sem fio.

O sistema foi criado para servir de opção às redes wireless que utilizam ondas de rádio para se propagar, desafogando assim as frequências que são utilizadas por diversos aparelhos como celulares, televisão, entre outros.

Chamado de LVX (“Luz” em latim), o sistema, criado por John Pederson, permite transmitir informações através de pulsações luminosas, que são captadas por um sensor conectado ao computador.

A chamada “internet por luz” é ideal para distâncias menores e chega a transmitir dados com velocidades de até 3 Mbps, de acordo com Pederson. Para realizar a transmissão a aparelhagem recebe as informações em formato binário (zeros e uns).

Um conjunto de LEDs é instalado em um local de boa visibilidade (como o teto de uma sala) e as luzes piscam seguindo o ritmo dos dados, ascendendo a cada “1” e apagando quando o valor transmitido for “0”.

Esta luz enviada chega ao receptor que está ligado ao computador, que interpreta os valores binários e carrega os dados da internet. O caminho inverso também é possível, ao conectar luzes no computador e enviar uma mensagem para o equipamento de LEDs instalado.

A prefeitura de St. Cloud, no estado de Minnesota nos EUA, será a primeira a receber a nova tecnologia ainda este ano. Em 2011 a tecnologia deve ser melhorada para atingir velocidades maiores e entrar no mercado de serviços banda larga pela rede elétrica.

Fonte: Info Online

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Nuvens Devem Aumentar o Aquecimento Global

Segundo estudo, nuvens perderão capacidade de resfriar o planeta devido aos gases do efeito estufa

SÃO PAULO - Uma das grandes incertezas a respeito das mudanças climáticas globais está nas nuvens. Como elas reagirão ao aquecimento do planeta – e com que consequências – é algo que tem intrigado os cientistas.

De um lado, estudos apontam que o aquecimento irá alterar as nuvens de forma a contrabalançar os efeitos dos gases estufa. De outro, pesquisas indicam que as mudanças nas nuvens aumentarão o aquecimento.

Um novo trabalho, publicado nesta sexta-feira na revista Science, reforça o lado negativo. Segundo o estudo, em escala global as nuvens, atualmente, influenciam o clima de tal modo que resulta na diminuição da temperatura na superfície do planeta. Mas elas perderão parte dessa capacidade de resfriamento. Justamente por culpa dos gases estufa.

Andrew Dessler, da Texas A&M University, nos Estados Unidos, analisou dados colhidos nos últimos dez anos por satélites dos padrões climáticos recorrentes El Niño (que causa aquecimento) e La Niña (que causa resfriamento).

As consequências dos fenômenos – mais calor ou mais frio – foram usadas para simular tendências na temperatura. Em um mundo mais quente, as nuvens mais elevadas – que tendem a segurar o calor proveniente da luz solar, que sem elas escaparia para o espaço – podem se tornar mais espessas ou se expandir em maiores áreas de cobertura. Essa resposta positiva das nuvens levaria a um aquecimento ainda maior.

Ou, então, os gases estufa poderiam engrossar e expandir as nuvens mais baixas, refletindo mais energia solar ao espaço e esfriando o planeta. Essa seria o que os cientistas chamam de resposta negativa.

A princípio, os cientistas poderiam estimar qual resposta seria prevalente em um cenário de aquecimento ao comparar a temperatura superficial com a quantidade de energia devolvida ao espaço. O problema é que registros disponíveis de tais perdas de radiação são insuficientes para revelar o que ocorreu no último século.

Dressler usou apenas dez anos de dados de satélite, que são considerados os melhores dados existentes. E removeu dos resultados as respostas devidas a outros fatores, como alterações no vapor de água.

O resultado geral do estudo apontou uma resposta positiva, isto é, de aquecimento. Ao avaliar os oito principais modelos climáticos globais, o cientista também encontrou uma resposta positiva.

Segundo Qiang Fu, da Universidade de Washington, o estudo é importante por confirmar modelos climáticos de aquecimento. “Os resultados não mostram qualquer evidência de uma grande resposta negativa das nuvens”, disse.

Mas Dressler reforça que os resultados podem ser aplicados para uma estimativa de curto prazo e que novos estudos são necessários para previsões de maior extensão.

O artigo A Determination of the Cloud Feedback from Climate Variations over the Past Decade(10.1126/science.1192546), de Andrew Dessler, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

Fonte: Agência Fapesp/Info Online