segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Curativo Biológico Regenera Ossos

Pesquisa traz uma nova perspectiva para o processo de regeneração de tecido ósseo

SÃO PAULO – A doutoranda Sybele Saska, do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Araraquara, foi premiada durante a 88th International Association for Dental Research General Session, ocorrida em julho, em Barcelona.

Sybele, que conta com Bolsa de Doutorado da FAPESP, ficou entre os cinco primeiros colocados pelo trabalho intitulado New [bacterial cellulose-collagen]-hydroxyapatite nanocomposite with growth factors for bone regeneration.

Ela recebeu um prêmio em dinheiro concedido pela empresa alemã Heraeus pelo pôster apresentado, que consiste no desenvolvimento de um novo biomaterial para regeneração óssea.

De acordo com Reinaldo Marchetto, professor do Instituto de Química da Unesp, campus de Araraquara, e coordenador do estudo, a pesquisa do biomaterial traz importantes avanços em relação aos existentes atualmente no mercado.

“Além de ser nanometricamente estruturado, a sua composição similar à estrutura óssea e a inédita presença de peptídeos moduladores dos fatores de crescimento ósseo trazem uma nova perspectiva para o processo de regeneração de tecido ósseo”, disse Marchetto à Agência FAPESP .

O biomaterial é constituído de alguns elementos constitutivos dos ossos, como colágeno (proteína) e hidroxiapatita (agente inorgânico) deficiente em cálcio, além da membrana de celulose bacteriana.

“O biomaterial é um osteoindutor, ou seja, estimula a regeneração óssea, possibilitando maior migração das células para formação do tecido ósseo”, disse Marchetto.

O estudo de Sybele integra o projeto “Nanocompósitos à base de celulose bacteriana para aplicação na regeneração de tecido ósseo”, coordenado por Marchetto e apoiado pela FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.

Sintetizada por bactérias do gênero Gluconacetobacter, a celulose serviu como matriz para gerar o biomaterial com estrutura nanométrica (bilionésimo de metro), já que as bactérias sintetizam as fibras de celulose em uma trama de fios dessa dimensão.

O processo começa com a produção da celulose bacteriana. “Essas bactérias possuem poros por onde são expelidos os fios de celulose durante o seu crescimento, aparentemente como um subproduto metabólico e sem utilidade para elas”, apontou Marchetto.

A produção da celulose bacteriana tem sido utilizada em várias áreas. Uma das principais aplicações está no uso como substituto temporário da pele humana em casos de queimaduras e em outros procedimentos médicos ou odontológicos.

“Estamos investigando novas aplicações da celulose, principalmente porque ela é biocompatível e biodegradável. Para a nossa aplicação o fato de ser reabsorvida pelo organismo é uma característica bastante importante, e a necessidade de uma segunda cirurgia seria evitada”, disse.

Os pesquisadores entraram com pedido de patente do biomaterial, com auxílio do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual (PAPI) da FAPESP.

Pesquisa multidisciplinar

Estudos preliminares in vivo feitos em fêmur de ratos apontam que o biomaterial poderá regenerar tecido ósseo em um período entre 7 a 15 dias, dependendo do tamanho do defeito ósseo.

Segundo o professor da Unesp, o grupo está avançando nos testes para outro modelo, chamado de Scaffold, uma espécie de molde ou armação tridimensional em que será moldado o biomaterial produzido. “Ele funcionará com o mesmo princípio. A principal diferença é que será possível obter o biomaterial no formato e tamanho desejados e que a regeneração ocorrerá em volta dele”, disse.

“Existem produtos semelhantes no mercado, geralmente importados, porém sem a presença de peptídeos. Quando o nosso produto estiver sendo comercializado, além da maior eficiência, o custo será bem inferior ao importado, cerca de 10 a 20 vezes mais barato”, estimou.

Segundo ele, clínicas odontológicas e ortopédicas serão os principais consumidores do biomaterial. “Além disso, poderá servir de base para outros estudos, uma vez que a celulose permite acrescentar muitos outros componentes”, disse.

Para os pacientes, o novo produto significará menos tempo de recuperação em casos de acidentes que provoquem perdas ósseas. “Mas ainda precisamos fazer muitas amostragens. Estamos fazendo uma ampliação do número de casos. Até o fim do ano essa parte estará totalmente concluída para podermos iniciar os estudos clínicos”, disse.

O professor destaca o caráter multidisciplinar da pesquisa sobre a produção do biomaterial. Os testes estão sendo realizados em três laboratórios da Unesp: na Unidade de Síntese, Estrutura e Aplicações de Peptídeos e Proteínas (coordenado por Marchetto) e no Laboratório de Materiais Fotônicos (coordenado por Younès Messaddeq e Sidney J. L. Ribeiro), ambos do Instituto de Química; e no Departamento de Morfologia da Faculdade de Odontologia de Araraquara, sob coordenação de Ana Maria M. Gaspar.

Além disso, a pesquisa conta ainda com a cooperação do professor Paulo Tambasco de Oliveira e do aluno Lucas Novaes Teixeira, do Laboratório de Cultura de Células da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Fonte: Agência FAPESP/Info Online

Cientistas Recolhem Energia da Atmosfera

Cientistas da Unicamp demonstram que água presente na atmosfera pode transferir cargas elétricas para determinados materiais

SÃO PAULO - Durante muito tempo a ciência considerava que a gotículas de água presentes na atmosfera eram eletricamente neutras, assim permanecendo mesmo depois de entrar em contato com as cargas elétricas de partículas dispersas no ar.

Mas um experimento realizado por cientistas brasileiros demonstrou que a água na atmosfera pode adquirir cargas elétricas e transferi-las para outros materiais. A descoberta abre caminho para o futuro desenvolvimento de dispositivos capazes de coletar eletricidade diretamente do ar, utilizando-a para abastecer residências, fábricas ou veículos, por exemplo.

Partículas minúsculas de sílica e de fosfato de alumínio foram utilizadas no experimento. A equipe coordenada por Fernando Galembeck, professor titular do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), demonstrou que, na presença de alta umidade, a sílica se torna mais negativamente carregada, enquanto o fosfato de alumínio ganha carga positiva. A eletricidade proveniente da umidade foi denominada pelos cientistas como “higroeletricidade”.

“Com um dispositivo simples, conseguimos verificar que é possível gerar voltagem a partir da umidade do ar. Essa prova conceitual poderá abrir caminho, no futuro, para que se possa usar a eletricidade da atmosfera como uma fonte de energia alternativa. Mas ainda não podemos prever quanto tempo levará para desenvolver uma tecnologia desse tipo”, disse Galembeck à Agência FAPESP.

O pesquisador, que coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Materiais Complexos Funcionais, apresentou os resultados do estudo na última quarta-feira (25/8), durante a reunião da American Chemical Society (ACS), em Boston, nos Estados Unidos. O INCT de Materiais Complexos tem apoio da FAPESP e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Segundo Galembeck, relatos experimentais do século 19 já associavam a interface ar-água a fenômenos eletrostáticos. O britânico William Thomson, conhecido como Lord Kelvin (1824-1907), idealizou um equipamento que ele denominou “condensador de gotas de água” para reproduzir o fenômeno experimentalmente. Mas, até hoje, a ciência não havia sido capaz de descrever os mecanismos do acúmulo e da dissipação das cargas elétricas na interface ar-água.

“Mostramos que a adsorção do vapor de água sobre superfícies de materiais isolantes ou de metais isolados – protegidas em um ambiente blindado e aterrado – leva à acumulação de cargas elétricas sobre o sólido, em uma intensidade que depende da umidade relativa do ar, da natureza da superfície usada e do tempo de exposição”, disse Galembeck.

O aumento das cargas elétricas acumuladas é ainda mais acentuado quando são usados substratos líquidos ou isolantes sólidos, sob a ação de campos externos, conforme a umidade relativa do ar se aproxima de 100%.

De acordo com Galembeck, a descoberta foi um resultado inesperado de uma longa série de estudos relacionados a dois tipos de microscopia de materiais não-isolantes, especialmente polímeros.

“Estávamos trabalhando com microscopia eletrônica de transmissão – que nos permitia montar um mapa da composição química de determinados materiais em escala nanométrica – e com microscopia de varredura, que fornecia um mapa das propriedades e do potencial elétrico desses materiais”, explicou.

O interesse da equipe estava inicialmente limitado aos materiais. “Mas, ao obter esses mapas, começamos a observar muitos fenômenos que não estavam na literatura. Havia, em especial, heterogeneidades inesperadas nas distribuições de cargas elétricas. Embora não fossem contrários a estudos anteriores, os resultados do nosso trabalho iam contra concepções amplamente difundidas. Era preciso entender o que estávamos observando e isso me levou a estudar mais sobre eletrostática”, disse.

Aprofundando as pesquisas, Galembeck percebeu que havia imensas polêmicas na literatura sobre o tema. Apesar disso, essas discussões não estavam no foco dos debates científicos.

“Percebi que havia muitas lacunas, algumas delas muito grandes. Alguns autores se referiam a essas lacunas, mas não conseguiam despertar muita atenção da comunidade científica. Continuei estudando, até que, em 2005, um trabalho de pós-graduação de um aluno gerou a hipótese de trabalho de que existe troca de cargas com a atmosfera”, disse.

No decorrer desse trabalho, o grupo da Unicamp percebeu que, além da sílica e do fosfato de alumínio, alguns metais também adquiriam carga. “A partir daí fizemos também experimentos com os metais. Esse trabalho já começou a gerar resultados também. A primeira publicação saiu na semana passada, na edição on-line da revista Langmuir”, disse.

Longo caminho para a tecnologia

Segundo Galembeck, há um longo caminho pela frente para que essa demonstração de conceito se transforme um dia em aplicações tecnológicas, como dispositivos que coletem a eletricidade do ar e a direcionem para equipamentos elétricos nas casas, de forma semelhante aos painéis que transformam a luz solar em energia.

“De um ponto de vista conservador, eu diria que estamos mais ou menos no ponto em que a energia fotovoltaica estava no começo do século 20. Sabemos que hoje a energia solar tem algumas aplicações, mas a maior parte delas ainda tem alto custo. De uma perspectiva mais otimista, eu diria que o uso da higroeletricidade dependerá essencialmente do desenvolvimento de novos materiais, que é cada vez mais acelerado com os recursos da nanotecnologia”, apontou.

No momento, os cientistas têm duas tarefas principais para fazer com que um dia a nova tecnologia se torne realidade: a identificação dos melhores materiais e a obtenção de dados para fazer a modelagem dos dispositivos.

“Estamos agora trabalhando no levantamento de dados a partir dos materiais que sabemos que funcionam. Por enquanto, são materiais simples como alumínio, aço inox e latão cromado”, disse. Provavelmente, não serão esses os materiais usados nos dispositivos do futuro, mas o fundamental agora é fazer o levantamento de dados”, disse.

Quando tiverem concluído o levantamento de dados para a modelagem de dispositivos, segundo Galembeck, os cientistas terão boas perspectivas em relação a duas questões fundamentais: quanta energia poderá ser produzida com a higroeletricidade e quais são as propriedades necessárias para os materiais que serão utilizados nos dispositivos.

“Há duas semanas começamos a fazer o trabalho de levantamento de dados para a modelagem. Começamos também a fazer experimentos com a modificação da superfície dos metais. Há uma infinidade de possibilidades para explorar. A dificuldade está em determinar em quais delas devemos nos concentrar”, disse.

Fonte: Agência FAPESP/Info Online

Plantas Crescem Menos com Aquecimento Global

O aquecimento global não tem feito as plantas crescerem mais, como se estimava, mas sim menos

SÃO PAULO – O aquecimento global não tem feito as plantas crescerem mais, como se estimava, mas sim menos.

Segundo um estudo publicado na revista Science, a produtividade dos vegetais tem decaído em todo o mundo.

Até então, achava-se que as temperaturas constantemente mais elevadas estariam estimulando o crescimento das plantas, mas a nova pesquisa, feita com dados de satélites da Nasa, a agência espacial norte-americana, aponta o contrário.

O motivo são as secas regionais, indica o estudo feito por Maosheng Zhao e Steven Running, da Universidade de Montana, segundo o qual a tendência na produtividade já dura uma década.

A produtividade é uma medida da taxa do processo de fotossíntese que as plantas verdes usam para converter energia solar, dióxido de carbono e água em açúcar, oxigênio e no próprio tecido vegetal.

O declínio observado na última década foi de 1%. Parece pouco, mas, de acordo com os autores da pesquisa, é um sinal alarmante devido ao impacto potencial na produção de alimentos e de biocombustíveis e no ciclo global do carbono.

“Os resultados do estudo são, além de surpreendentes, significativos no nível político, uma vez que interpretações anteriores indicaram que o aquecimento global estaria ajudando no crescimento das plantas mundialmente”, disse Running.

Em 2003, outro artigo publicado na Science, de Ramakrishna Nemani, do Centro de Pesquisa Ames, da Nasa, e colegas, havia apontado um aumento de 6% na produtividade global de plantas terrestres entre 1982 e 1999.

O aumento foi justificado por condições favoráveis na temperatura, radiação solar e disponibilidade de água, influenciados pelo aquecimento global, que seriam favoráveis ao crescimento vegetal.

Zhao e Running decidiram fazer novo estudo, a partir de dados da última década reunidos pelo satélite Terra, lançado em 1999. Os cientistas esperavam pela continuidade da tendência anterior, mas verificaram que o impacto negativo das secas regionais superou a influência positiva de uma estação de crescimento mais longa, o que levou ao declínio na produtividade.

Segundo o estudo, embora as temperaturas mais elevadas continuem a aumentar a produtividade em algumas áreas e latitudes mais altas, nas florestas tropicais, responsáveis por grande parte da matéria vegetal terrestre, a elevação nas temperaturas tem diminuido a produtividade, devido ao estresse hídrico e à respiração vegetal, que retorna carbono à atmosfera.

Fonte: Agência FAPESP/Info Online

Nanopartículas Transportam Medicamentos

Nanopartículas, acima, são capazes de levar medicamentos especificamente a células cancerosas ou a tecidos de órgãos transplantados

SÃO PAULO – Uma nanopartícula desenvolvida pelo grupo do professor Raul Cavalcante Maranhão, na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCM-USP), é capaz de levar medicamentos especificamente a células cancerosas ou a tecidos de órgãos transplantados.

Recentemente, a equipe verificou que a técnica também é eficiente contra a aterosclerose.

“Trata-se de um avanço muito importante, pois é a primeira vez que se trata o efeito base da aterosclerose. Até agora, a doença era tratada com remédios para hipertensão – para a desobstrução de vasos –, que atingem os efeitos mas não a doença”, disse Maranhão à Agência FAPESP. O pesquisador apresentará os resultados da pesquisa neste sabado, na 25ª Reunião da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), em Águas de Lindoia (SP).

A pesquisa para criar a partícula nanométrica começou a tomar corpo em 1995, quando Maranhão iniciou o Projeto Temático “LDL artificial: um novo método para o tratamento do câncer”, apoiado pela FAPESP.

O objetivo era criar uma versão artificial da LDL (lipoproteína de baixa densidade, em inglês), partícula que concentra mais de 70% do colesterol presente no sangue humano. O resultado foi a LDE, uma LDL artificial composta de um envoltório de fosfolípedes e um núcleo de colesterol.

Na circulação, a LDE recebe partes proteicas das liproproteínas naturais ao se chocar com elas. Uma dessas partes é a Apo E, que passa a fazer parte da LDE. “Com ela, a LDE começou a se ligar ao receptor com muito mais força do que a própria LDL, porque a Apo E tem muito mais afinidade com o receptor”, explicou Maranhão.

A aplicação prática da pesquisa teve início quando o professor da USP conheceu o trabalho ganhador do prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1995, conquistado pelos norte-americanos Michael Stuart Brown e Joseph Goldstein.

Os dois haviam descoberto o receptor da LDL, mas a parte do trabalho que mais interessou a Maranhão foi a que mostrava que esse receptor é muito aumentado em células neoplásicas, as afetadas pelo câncer. Essa superexpressão dos receptores foi percebida pela primeira vez na leucemia.

A explicação disso seria que a célula cancerosa se divide com muito mais velocidade do que as células comuns. Para isso, ela precisa duplicar todo o seu estoque de membranas, que são formadas basicamente de lípides. A maneira mais fácil de a célula obter essa matéria-prima é pelo aumento no número de receptores para o LDL, que carregam o colesterol.

“Com essa descoberta, decidimos injetar uma droga na LDE para que atingisse diretamente o câncer, pois as demais células têm muito poucos receptores para a proteína”, contou o professor, afirmando que essa manobra seria impossível de ser feita com a LDL.

Em alguns testes clínicos, as nanopartículas LDE foram marcadas, o que permitiu a visualização de sua trajetória pelo organismo. O experimento acabou confirmando que ela se concentrava nos sítios de medula óssea afetados pela leucemia.

O resultado é uma quimioterapia com toxicidade extremamente reduzida, que chega a ser até dez vezes menor na comparação com outras drogas. A quimioterapia tem como um dos principais obstáculos os efeitos colaterais provocados pela toxicidade dos medicamentos.

A seletividade do alvo conquistada com a nanotecnologia permitiu o combate às células doentes preservando as demais de uma exposição exagerada ao medicamento. Esse efeito foi observado também em outros tipos de cânceres, como ginecológico, mieloma múltiplo, mamário e ovariano.

Essa etapa foi desenvolvida no âmbito de outro Projeto Temático FAPESP, intitulado “Lipoproteínas artificiais na investigação das dislipidemias e no tratamento do câncer”, conduzido de 2000 a 2004.

Veículo para aterosclerose

Ao aplicar a LDE em coelhos, Maranhão percebeu que a nanopartícula também se concentrava nas lesões ateroscleróticas dos animais. “A aterosclerose é um processo proliferativo desencadeado por uma doença inflamatória e, na proliferação, o número de receptores para LDL é aumentado”, explicou.

Os resultados mostraram que a mesma LDE pode ser utilizada como veículo para levar drogas específicas contra a aterosclerose. Em testes feitos em coelhos, a técnica conseguiu reduzir a doença em até 60%.

O sucesso da nanopartícula fez com que Maranhão recebesse um convite para estender as aplicações da técnica. A iniciativa foi do diretor do Instituto do Coração da USP (Incor), Noedir Stolf, que havia desenvolvido técnicas de transplantes de coração em coelhos.

Nos animais, Stolf conseguiu implantar um coração sem retirar o órgão original. Com os dois corações trabalhando em paralelo, Maranhão testou a LDE e notou que ela se concentrava quatro vezes mais no órgão transplantado em comparação com o original. Mais uma vez, um processo inflamatório, provocado pela rejeição, estava aumentando os receptores para a nanopartícula.

Além da rejeição há uma aterosclerose acelerada conhecida por doença coronária do transplante, que afeta boa parte de transplantados cardíacos após cinco anos com o novo órgão. Trata-se de um processo de obstrução dos vasos e para o qual muitas vezes o único tratamento é um novo transplante.

Nos coelhos, tanto a rejeição como a obstrução das artérias foram tratadas com sucesso por meio da LDE. Segundo Maranhão, os resultados serão publicados em breve no periódico Journal of Thoraxic and Cardiovascular Surgery, que já aceitou o trabalho.

Para o professor titular da USP, que agora desenvolve o seu terceiro Projeto Temático com apoio FAPESP, a LDE faz parte de uma nova categoria de medicamentos baseados na nanotecnologia e que podem abrir inúmeras aplicações na medicina.

“A ideia é ter uma nova classe de drogas para combater a aterosclerose cerebral, a periférica, doenças cardíacas, cânceres e muitas outras”, indicou.

Fonte: Agência FAPESP/Info Online

Substância "Água Seca" Armazena CO2

SÃO PAULO – Pesquisadores apresentam novos estudos com a chamada “água seca”, uma substância peculiar que poderia ajudar no combate ao aquecimento global.

Esse tipo de água em pó tem a propriedade de absorver e armazenar dióxido de carbono e outros gases, como o metano, de forma bastante eficiente.

O estudo foi apresentado na 240º Encontro Nacional da Sociedade Americana de Química pela equipe liderada pelo Professor Andrew Cooper, da Universidade de Liverpool (Inglaterra).

Similar a grãos de açúcar, a substância ganhou o nome porque possui 95% de água e, no entanto, ainda se mantém na forma de um pó. Isso porque cada grão contém uma gota de água cercada de um tipo de sílica modificada - e é essa cobertura que impede que as gotículas se recombinem em forma de líquido.

Apesar da aparência, se esfregada contra a pele, a "água seca" causa um leve resfriamento - uma sensação similar ao contato com a água.

Esse fino pó, ao absorver os gases, forma os chamados hidratos. Ele foi descoberto em 1968 e uma das suas primeiras aplicações foi no uso da indústria de cosméticos já que, além de absorver, ele é capaz de acelerar reações químicas em centenas de produtos.

É por essas propriedades que os pesquisadores acreditam que a água seca possa ser um jeito mais fácil de armazenar e transportar materiais industriais ou outros elementos potencialmente perigosos. A equipe já havia demonstrado, em estudos anteriores, que o pó é bastante útil para guardar metano. O estudo com o gás foi, inclusive, destaque da prestigiada revista Nature. Agora, os resultados mostraram que ele é bastante útil também na absorção de CO2: quase três vezes mais do que somente a água e a sílica descombinadas.

Outras aplicações incluem também o armazenamento de líquidos, especialmente as emulsões (a união de dois ou mais líquidos que não se misturam, como água e óleo). Com a “água seca”, os pesquisadores mostraram que podem transformar uma emulsão em um pó, facilitando o transporte dos líquidos.

Fonte: Info Online

Refrigerante e Óleo Recarregam Bateria

SÃO PAULO – Imagine poder recarregar seu celular, laptop ou iPod com algumas gotas de refrigerante – ou com um pouco de óleo vegetal. Embora os itens da cozinha pareçam não combinar com apetrechos tech,

a Dra. Shelley Minteer, da Universidade Saint Louis, provou em laboratório que seria sim possível utilizá-los como fonte de energia dos nossos gadgets.

Ontem, durante o 240º Encontro na Sociedade Americana de Química, ela apresentou um novo tipo de bateria: o primeiro aparelho que produz eletricidade a partir das mitocôndrias – organelas que transformam as calorias da comida em energia química.

A primeira célula combustível de mitocôndrias consiste em uma fina camada das organelas colocada entre dois eletrodos – incluindo um permeável a gás. Em laboratório, o aparelho produziu eletricidade usando açúcar, óleo de cozinha e seus subprodutos.

Energia do corpo

O dispositivo se baseia no mesmo mecanismo que fornece energia para os nossos corpos. As mitocôndrias, que estão localizadas dentro das células dos nossos corpos (e de muitos animais), pegam um químico formado na digestão e o transformam em ATP (trifosfato de adenosina), substância capaz de armazenar energia. Esse sistema é abastecido pelos alimentos que ingerimos.

A partir dessa tecnologia, a Dra. Minteer imaginou uma nova classe de células biocombustíveis baseada nas organelas. As células biocombustíveis não são novidade: elas produzem energia continuamente desde tenham combustível e oxigênio disponíveis. Esse combustível pode ser hidrogênio, gás natural, álcool ou açúcares e óleo – no caso das mitocôndrias.
Fonte: Info Online

sábado, 21 de agosto de 2010

Governo Cria Cartilha para e-Commerce

Documento do governo prevê que o consumidor poderá desistir dos contratos firmados no comércio eletrônico sem justificar o motivo e sem custos

SÃO PAULO - O Ministério da Justiça divulgou hoje um documento com as diretrizes para a proteção do consumidor nas compras feitas pela Internet.

O anúncio foi feito durante a 65ª reunião do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC), no Rio de Janeiro.

A cartilha criada pelo governo reúne a interpretação dos Procons, Ministério Público, Defensorias Públicas, entidades civis e do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) sobre a aplicação do Código de Defesa do Consumidor (CDC) às relações do comércio virtual e foi elaborado durante oficina da Escola Nacional de Defesa do Consumidor (ENDC), no último mês de julho.

Um dos principais pontos do documento é assegurar o exercício efetivo do direito de arrependimento, já previsto no artigo 49 do CDC. Segundo os órgãos que compõem o SNDC, o consumidor pode desistir dos contratos firmados no comércio eletrônico sem justificar o motivo e sem geração de custos, cabendo aos fornecedores disponibilizar meios eficientes para o cumprimento deste direito.

A proposta prevê, ainda, a proteção contra práticas abusivas e acesso prévio do consumidor às condições gerais de contratação.

“O consumidor pode ficar muito mais vulnerável nas transações comerciais realizadas em ambiente virtual. Um contrato não pode gerar dúvidas e só deve ser confirmado com total consentimento das partes”, afirma a secretária de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Mariana Tavares de Araújo.

“Confiança é a palavra-chave na dinâmica entre empresa e consumidor. O desenvolvimento econômico e as novas tecnologias não podem ser empecilho para a transparência necessária em qualquer relação comercial”, conclui.

Fonte: Info Online

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Rio Planeja Transformar Lixo em Energia Elétrica

RIO DE JANEIRO– O Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe) começa a elaborar a proposta de construção de uma usina para transformar o lixo da capital fluminense em energia elétrica.

O anúncio foi feito ontem pelo coordenador técnico do projeto e pesquisador do Coppe, Luciano Basto, durante a assinatura do convênio entre o instituto e a Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (Comlurb).

Com o acordo, pesquisadores das duas instituições vão analisar a viabilidade técnica e ambiental da instalação de uma unidade de tratamento no bairro do Caju, na zona portuária da cidade, por onde passa metade do lixo produzido pelos fluminenses. Luciano Basto acredita que o estudo, com o cálculo de custos e identificação de tecnologia, seja entregue à prefeitura do Rio em dois meses.

“O investimento pode ser até mais caro do que as tradicionais soluções para destinação de lixo e oferta de eletricidade. Mas como lixo é um combustível a custo negativo, pelo qual a sociedade paga para se livrar do problema, e o tratamento energético do lixo evitaria emissões de gases de efeito estufa, essas receitas adicionais podem ser contabilizadas como benefícios para esse tipo de aproveitamento energético”, estimou o pesquisador.

Basto disse ainda que o aproveitamento energético seria de 100%, considerando que a usina será instalada dentro da cidade, diferente, segundo ele, das hidrelétricas que atendem 80% da matriz energética do país. Por estarem distantes dos grandes centros urbanos, as hidrelétricas registram perda de cerca de 15% da eletricidade gerada.

Atualmente, o Rio de Janeiro produz 9 mil toneladas de lixo por dia. Os detritos são encaminhados a três estações de transferência da cidade: Caju (zona portuária), Irajá (zona norte) e Jacarepaguá (zona oeste). Dessas estações, o lixo é transportado para dois aterros sanitários.

A usina na estação do Caju, que recebe o maior volume de detritos da cidade, poderia chegar a 500 megawatts de potência instalada. Pelos cálculos do Coppe, a transformação de 9 mil toneladas de lixo em energia seria suficiente para abastecer 1,5 milhão de residências, com consumo médio de 200 quilowatt-hora por mês.

A presidente da Comlurb, Ângela Nóbrega Fonte, garantiu que a empresa vai fornecer todo o material para os estudos e espera abrir o processo de licitação para a construção da usina em seis meses. “Além do que já temos feito no aterro [sanitário] de Gramacho, minimizando a emissão de gases de efeito estufa, e em Seropédica, onde será construído um aterro sanitário controlado com licenciamento ambiental, essa novidade é muito importante para a população. Isso vai trazer mais recursos para a cidade e o meio ambiente vai agradecer”, comemorou Ângela Nóbrega.

Fonte: Agência Brasil/Info Online

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A Volta ao Mundo num Carro Elétrico

O veículo da equipe da Suíça.

SÃO PAULO - Começou ontem na Suíça a “The Zero Race”, uma corrida de carros elétricos que visa chamara a atenção para a sustentabilidade dando a volta ao mundo.

As quatro equipes participantes deverão percorrer 30 mil km em 80 dias com veículos produzidos por eles mesmos usando fontes de energia renováveis, como solar, eólica e geotérmica.

O evento deverá passar por 16 países e parar em cerca de 150 cidades, entre elasBruxelas, Berlim, Viena, Kiev, Moscou, Astana, Xangai, Vancouver, São Francisco, Austin e Madrid.

As equipes da Suíça, Coréia do Sul, Austrália e Alemanha tiveram liberdade para produzir os carros que desejassem - há, inclusive, uma moto. No entanto, os veículos devem atender aos seguintes critérios:

- serem movidos a um motor elétrico

- dirigir ao menos 250km de distância a uma velocidade média de 80 km/h ou mais

- ser capaz de alcançar uma distância máxima de 500 km ao dia, com uma parada para recarga de quatro horas no almoço.

- carregar ao menos dois passageiros

Como a competição Zero Race é sobre transporte sustentável e mobilidade, os participantes serão julgados além da ordem de cruzamento da linha de chegada. Alguns dos critérios são:

-credibilidade: baseada na performance do carro, o número de quebras e reparos necessários durante a corrida

- potência e velocidade: baseado na aceleração e capacidade para terminar a corrida

- eficiência energética: baseado em análise de fabricantes e especialistas

- popularidade do carro: baseada na opinião do público

- segurança: baseada nas avaliações de engenheiros

- design: baseada em pesquisas com espectadores e o público durante a corrida.

VEJA ABAIXO A ROTA DA CORRIDA

Fonte: Info Online

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Câmera de Bolso 3D Estréia Até o Fim de Semana

A Panasonic prometeu e cumpriu o lançamento de uma filmadora 3D portátil. Mas pode não ser a primeira a estrear um equipamento do tipo, segundo a Hammacher-Schlemmer. A empresa de nome complicado já habilitou a pré-venda de sua câmera de filmagem estereoscópica.A câmera filma com duas lentes VGA e reproduz as imagens numa tela de LCD de 3 polegadas. No gadget, a tecnologia “Parallel Barrier” dispensa o uso de óculos especiais para simular as três dimensões.

Nas conexões, o aparelho tem uma porta USB e uma HDMI. A memória interna é de míseros 128 MB, mas o armazenamento é por cartão miniSD e chega até a 16 GB.

Por 600 dólares não se compra somente a câmera, mas também um Media Player 3D. Com 7 polegadas na tela LCD, o aparelho também reproduz 3D sem precisar de óculos. O pacote já pode ser pedido, mas só sai de fábrica no fim desta semana.

Fonte: Info Online

Censo Poderá Ser Respondido Online

SÃO PAULO - Pela primeira vez, moradores de todos os 5 565 municípios do país poderão repassar suas informações para o recenseamento via internet.

Para isso, eles terão primeiro que ser visitado por um agente do IBGE, informar o seu número de telefone e receber um envelope lacrado, que conterá códigos de acesso para acessar a página do questionário.

Caso falte energia ou conexão durante a transmissão, as informações já enviadas estarão salvas. O envio poderá ser feito posteriormente usando o mesmo código de acesso.

O prazo para quem optar pela envio online será de cinco dias. Em caso de não haver resposta no período, o IBGE vai entrar em contato com a pessoa solicitando o repasse das informações.

Ao mesmo tempo, o recenseador responsável por aquele domicílio será orientado a fazer nova visita para coletar, de forma presencial, as informações.

As informações serão criptografadas antes de serem transmitidas até os servidores do IBGE. O Censo 2010 começou ontem (domingo) e vai até o dia 31 de outubro. O relatório final será apresentado no dia 27 de novembro.

Fonte: Info Online

Carro Elétrico Futurista da GM nas Ruas de Xangai

O EN-V saiu às ruas na semana passada

SÃO PAULO - O carro elétrico futurista da General Motors sai para dar umas voltinhas nas ruas de Xangai.

O EN-V, abreviação de Electric Networked-Vehicle, é um veículo conceito exposto na World Expo 2010 desde maio, e deve permanecer por lá até 31 de outubro.

O veículo elétrico de dois lugares foi projetado para tentar resolver alguns dos maiores problemas das grandes cidades: diminuir os congestionamentos, reduzir problemas de vagas para estacionar, melhorar a qualidade do ar e ser acessível financeiramente.

Três modelos EN-V estão á mostra na cidade chinesa no pavilhão SAIC-GM e seus nomes representam qualidades para os meios do transporte do futuro: Jiao (orgulho), Miao (mágica) e Xiao (risada).

Na quarta feira da semana passada, o carro Jiao e escapou para dar uma rápida volta de 10 minutos na movimentada Huaihai Road de Xangai.

Fonte: Info Online