domingo, 7 de novembro de 2010

F1 Traz Tecnologia Para Pista de Interlagos

A INFO teve a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre os bastidores do Grande Prêmio de Fórmula 1, que acontece este fim de semana em São Paulo. Na ocasião visitamos o paddock, o pitlane e o boxe da escuderia Ferrari.

Na Ferrari a responsável pelo fornecimento e desenvolvimento do hardware usado nas corridas é a fabricante Acer, que também produz computadores e smartphones com a marca da Ferrari. Inclusive na ocasião Mark Hill, gerente geral da Acer no Brasil, informou que o celular Ferrari Liquid E (que traz Android 2.1 e material exclusivo como vídeos e fotos da escuderia) deve chegar ao Brasil em 2011, bem como o futuro tablet da Acer, que será anunciado nas próximas semanas.

Visão da movimentação no paddock de Interlagos

Mas voltando à Fórmula 1, observamos que as tecnologias usadas pelas equipes são similares, porém cada uma desenvolve a sua conforme as necessidades dos carros e seguindo as limitações impostas pela FIA. A telemetria é a tecnologia mais importante para os carros de Formula 1, pois permite melhorar a performance de forma constante ao medir e monitorar os dados captados por sensores espalhados por todo o veículo.

“Podemos dizer que tudo que se move dentro do carro, contém um sensor”, explica Dieter Gundel, engenheiro chefe de eletrônica da Ferrari. Os carros da escuderia italiana trabalham com dois sistemas paralelos para controlar a telemetria, um fica sempre no local da corrida e o outro na fábrica em Maranello.

Mas para evitar vazamentos de informações, esses dois sistemas são criptografados e não ficam conectados, apenas trabalham juntos para definir as adaptações necessárias para cada corrida. Gundel explica que cada carro possui cerca de 100 sensores que podem controlar um ou mais canais de comunicação da telemetria (são mais de 2300 canais presentes em uma Ferrari). No total esses sensores aumentam o peso do carro de 10 a 12 quilos.

As Ferraris de Massa (esq.) e Alonso (dir.) sendo montadas para o GP

Esses sensores transmitem as informações ao sistema através de uma frequência de rádio em 6 MHz, com uma velocidade de 200 Ksps (ou Kilo Samples por Segundo, medida usada para a transmissão de dados via rádio).

Os dados da telemetria são controlados por uma equipe específica de especialistas em TI, sendo 14 pessoas trabalhando diretamente durante as corridas e 10 pessoas na Itália. A tecnologia de comunicação é toda desenvolvida pela Acer exclusivamente para a Ferrari, durante as corridas é possível que os responsáveis na Itália acessem remotamente os dados da telemetria e assim acelerar a comunicação feita entre a equipe. Normalmente a escuderia italiana dispõe de até 30 notebooks durante as corridas para realizar essas tarefas.

Sobre as tecnologias empregadas nos carros, Gundel afirma que as exigências impostas hoje não permitem muitas inovações, assim todas as equipes podem ter uma estrutura mais democrática. “Há 10 anos as equipes usavam 1 motor por corrida. Hoje não é permitido utilizar mais de 8 por toda temporada. Então os maiores gastos feitos nos carros vão para a parte aerodinâmica”, completa Gundel. Para cada traçado as equipes precisam analisar as condições da pista e da meteorologia, para desta forma fazer os ajustes específicos nos carros. E alguns ajustes são feitos pelo próprio piloto durante a corrida.

Volante utilizado pelos pilotos da Ferrari

Pelo volante o piloto pode controlar até 77 funções, mas de forma limitada e apenas emergencial para não atrapalhar seu desempenho durante a prova. Os engenheiros que verificam a telemetria analisam qual entrada precisa ser modificada e passam a informação ao piloto que pode gerenciar o combustível gasto pelo carro, a pressão dos freios e mudar as marchas. Além disso, há um display de LCD que informa as voltas, velocidade e as rotações do motor. E o piloto precisa pensar e agir muito rápido. “Por exemplo, se um piloto precisa alterar a função 67, ele precisa pressionar o botão +10 por 6 vezes e o -1 por 7 vezes. E tudo em milésimos de segundo”, completa Gundel.

Pneus para os carros de Massa e Alonso

Os pneus ficam protegidos em capas para que sua temperatura seja mantida em 80ºC até a corrida. Em média as equipes trazem 10 conjuntos de pneus (4 tipos cada um), pois por exigência da FIA os carros devem mesclar dois tipos de pneus por corrida. No total o setor esportivo da Ferrari tem 800 funcionários, sendo que cada piloto trabalha com uma equipe de 20 engenheiros. E de acordo com a própria escuderia, esse número de funcionários é o menor da Fórmula 1.

Local onde engenheiros e diretores acompanham a prova no pitlane

Fonte: Info Oline

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