quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Cientistas Acham Moléculas Contra Malária

Mulher espera por tratamento contra a malária em hospital público da República de Chad: dois antígenos provocavam anticorpos particularmente poderosos nos pacientes

HONG KONG - Cientistas identificaram duas moléculas superficiais no parasita da malária que podem permitir o desenvolvimento de uma vacina contra a doença, que mata pelo menos 1 milhão de pessoas por ano no mundo.

As moléculas, chamadas antígenos, parecem desencadear uma reação imunológica poderosa em pacientes, ajudando a protegê-los contra a doença em infecções posteriores.

Sob o comando de Freya Fowkes, do Instituto Walter e Eliza Hall de Pesquisas Médicas, de Melbourne (Austrália), os pesquisadores analisaram 33 estudos médicos anteriores que avaliavam pessoas que haviam ficado imunes à malária depois de sofrerem a doença.

Eles descobriram que dois antígenos (o MSP-3 e o MSP-119) provocavam anticorpos particularmente poderosos nos pacientes, o que os protegia em 54% e 18%, respectivamente, de novos episódios da doença.

"As pessoas em áreas endêmicas de malária desenvolvem uma imunidade natural", disse Fowkes antes da publicação das conclusões na revista PLoS Medicine, "O que (os estudos) fizeram foi ir a essas comunidades e ver a quais antígenos há imunidade e ver se podemos usar esses antígenos para fazer vacinas."

Segundo ela, é possível que haja outros antígenos protetores que ainda não foram estudados.

"O parasita da malária se multiplica invadindo os glóbulos vermelhos do sangue. Ele usa diferentes antígenos para se acoplar a diferentes moléculas na superfície das células sanguíneas vermelhas. Uma vez dentro das células sanguíneas vermelhas, o parasita se divide e se multiplica rapidamente, e a célula sanguínea vermelha estoura e libera ainda mais parasitas que contaminam ainda mais células sanguíneas vermelhas", esclareceu a pesquisadora.

"Pode haver centenas de milhares de células sanguíneas vermelhas infectadas em uma pessoa", acrescentou.

É difícil produzir uma vacina contra a malária porque o parasita é muito diverso, com muitos antígenos em sua superfície. "Com o sarampo, você pega só uma infecção por sarampo e está imune o resto da vida", comparou Fowkes.

"Com a malária, você precisa de múltiplas infecções para desenvolver uma imunidade de longo prazo à doença. O parasita em si é muito diverso, com muitos diferentes antígenos na superfície, e demora um tempo para desenvolver imunidade suficiente a todos os diferentes antígenos e para dar uma proteção de longo prazo contra a malária."

Fonte: Reuters/Revista Info

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