quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Nanopartículas Reparam o Coração

A cobertura peptídica que recobre as nanopartículas adere às artérias danificadas

SÃO PAULO - Nanopartículas desenvolvidas por equipe do MIT e de Harvard ajudam a tratar doenças cardiovasculares.

Recobertas com uma fina camada de fragmentos de proteína, elas aderem às paredes danificadas das artérias e liberam medicamento aos poucos.

Atualmente, uma das maneiras de tratar artérias entupidas ou danificadas é colocar um stent – pequeno aparelho que segura os vasos abertos e libera drogas aos poucos. A ideia da equipe lierada por Robert Langer e Omid Farokhzad não é substituir esse procedimento, mas complementá-lo com a as nanopartículas ou utilizar a descoberta em locais inoperáveis.

Afinal, elas são injetáveis no corpo e dispensam a necessidade de grandes procedimentos cirúrgicos.

Para construir essas pequenas esferas de 60 nanômetros de diâmetro (cada nanômetro corresponde a um milionésimo de milímetro), a equipe precisou encontrar uma sequência de peptídeos que conseguisse se fixar ao corpo, ou seja, se ligasse mais facilmente às moléculas na superfície da membrana celular.

A escolhida é um sequência de sete aminoácidos chamada C11. Uma vez presa à artéria danificada, ela passa a liberar drogas que impedem a divisão celular. Apesar de parecer contraditório, esse procedimento que impede a cicatrização natural pode salvar vidas, pois o crescimento de tecidos muitas vezes é o que causa o bloqueio do vaso sanguíneo.

A droga é liberada por meio da hidrólise, um processo que ocorre gradualmente: quanto maior a corrente de polímeros, mais demorado é o processo de liberação. Assim, os cientistas podem controlar a saída do medicamento variando a espessura da camada de proteína que serve de cobertura. Até agora, os testes chegaram a 12 dias de liberação.

Nos mesmos testes com ratos, a equipe de pesquisa percebeu que as nanopartículas poderiam ser injetadas em local distante daquele afetado. Os animais, as doses foram aplicadas na cauda, e as partículas conseguiram chegar e se instalar nas artérias danificadas do coração corretamente – sem se prender às paredes saudáveis.

A tecnologia descrita na revista Proceedings of the National Academy of Sciences também poderia ser usada para o tratamento tumores.

Fonte: MIT/Revista Info

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